Os fumantes que não deixam o tabaco antes dos tratamentos de
radioterapia ao câncer da cabeça e pescoço, não têm tão bons resultados
como aqueles que param de fumar, dizem investigadores dos EUA.
O autor principal do estudo, Dr. Allen Chen, da Escola de Medicina
Davis da Universidade da Califórnia, diz que embora a associação entre
tabagismo e câncer da cabeça e pescoço tenha sido estabelecida há muito
tempo, havia poucas informações sobre se continuar a fumar durante o
tratamento afetava o prognóstico.
"Sempre disse aos pacientes que deviam realmente deixar de fumar, mas
não tinha provas concretas para os convencer de que seria pior se
continuassem a fumar", explica Chen, em comunicado.
Piores resultados
"Queria dados mais concretos para perceber se o tabaco é prejudicial
em termos de probabilidade de cura, sobrevida global e tolerabilidade do
tratamento. Mostramos que continuar a fumar contribuiu para resultados
clínicos negativos em todos estes parâmetros", acrescentou.
Chen e os seus colegas analisaram os registos médicos de 101
pacientes recém-diagnosticados com carcinoma de células escamosas da
cabeça e pescoço, que continuaram a fumar durante o tratamento com
radiação, e compararam com doentes semelhantes que deixaram de fumar
antes da terapia.
Aumento da sobrevida
O estudo, publicado no International Journal of Radiation
Oncology•Biology•Physics, revelou que 55% dos pacientes que deixaram de
fumar antes do tratamento ainda estavam vivos cinco anos depois, em
comparação com 23% dos que continuaram a fumar.
A equipe descobriu que 53 dos doentes que ainda fumavam tiveram uma
reincidência da doença, comparativamente a 40 pacientes do grupo de
controle.
Fonte: Portal de Oncologia Português