Cientistas talvez tenham encontrado o menor buraco negro da história escutando seus “batimentos cardíacos”, através de raios-X.
O corpo, se é que existe mesmo, pesa menos do que três vezes a massa
do sol, o que é próximo da massa teórica mínima exigida para que um
buraco negro seja estável.
Os pesquisadores ainda não o observaram diretamente, mas mediram as
variações nos raios-X vindos de um sistema estelar binário da Via
Láctea. Para eles, os sinais indicam um buraco negro.
Até agora, o padrão dos raios, que é similar ao batimento cardíaco em
um eletrocardiograma, só foi visto em outro buraco negro. O sistema
está na constelação do Escorpião, a uma distância entre 16 e 65 mil
anos-luz da Terra.
Os pesquisadores pensam que a descoberta, chamada de IGR J17091-3624,
inclui uma estrela normal acompanhada de um buraco negro. A massa vaza
da estrela em direção ao buraco negro, formando um fino disco ao redor
dele. Conforme a pressão no disco esquenta o gás em milhões de graus,
ocorre a emissão de raios-X.
Muitas mudanças acontecem no interior do disco, gerando alterações cíclicas nos pulsos coletados – como o batimento cardíaco. “Nós imaginamos que a maior parte desse padrão representa ciclos de
acumulação e ejeção em um disco instável”, comenta um participante do
estudo, Tomaso Belloni. “Identificar isso em um segundo buraco negro é
muito excitante”.
Os astrônomos reconheceram os sinais desse sistema devido a
similaridade com outro buraco negro, chamado GRS 1915+105, que pulsa da
mesma maneira. Esse outro sistema contém um buraco negro com cerca de 14
vezes a massa solar, enviando raios-X em padrões que duram segundos e
horas.
Em comparação, a nova observação tem um batimento que pulsa 20 vezes
mais fraco do que o GRS 1915. “Assim como a média cardíaca de um rato é
menor do que de um elefante, o dos buracos negros funciona de acordo com
a massa”, afirma o líder do estudo, Diego Altamirano.
Fonte: Hype Science