Uma pequena área com alto índice de radiação foi detectada em Tóquio
sete meses depois do início da crise nuclear do Japão, mas autoridades
locais disseram que os índices pareciam ter origem em
garrafas misteriosas armazenadas debaixo de uma casa, e não na usina
nuclear destruída de Fukushima.
A usina nuclear Fukushima Daiichi, atingida por um gigantesco
terremoto e tsunami em março, emitiu radiação na atmosfera que foi
transportada por ventos e depositada pelas chuvas e pela neve no leste
do Japão.
Autoridades de Setagaya, uma importante área
residencial em Tóquio, cerca de 150 km a sudoeste da usina, informaram
nesta semana que encontraram uma concentração radioativa em uma calçada
perto de escolas, gerando preocupações na área mais populosa do país,
distante da usina destruída de Fukushima.
O índice de radiação no
local chegou a 3,35 mSv/h no início de outubro, mais
alto do que em algumas áreas da zona de exclusão próximo à usina de
Fukushima, o centro do pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl,
há 25 anos. A unidade de mSv mede a quantidade de radiação
absorvida pelo tecido humano.
Mas o governo local encontrou
algumas garrafas debaixo do piso em uma casa próxima que estava emitindo
altos índices de radiação. "Um aparelho de medição, quando foi
apontado para elas, indicou índices muito altos. Níveis de radiação
estavam excedendo o limite superior do aparelho", disse o prefeito de
Setagaya, Nobuto Hosaka, em coletiva de imprensa.
Autoridades do Ministério da Educação disseram estar investigando a questão, inclusive o conteúdo das garrafas. A emissora estatal NHK disse que ninguém estava morando na casa.
A
cidade de Funabashi, próximo de Tóquio, disse que um grupo de cidadãos
haviam detectado um índice de radiação de 5,8 mSv/h em
um parque, mas que uma pesquisa realizada pela própria cidade indicou
que o índice mais alto na área era um quarto desse número.
Índices
de radiação dentro do raio de 20 quilômetros da zona de exclusão ao
redor da usina Daiichi variavam de 0,5 a 64,8 mSv/h,
segundo dados do governo nesta semana. Cerca de 80 mil moradores foram obrigados a se retirar dessa zona depois do terremoto e tsunami.
Em
Yokohama, Sr-90 radioativo, que pode provocar câncer nos ossos e
leucemia, foi detectado em solo testado no telhado de um apartamento,
segundo informações da mídia.
O estrôncio tem sido detectado
dentro da zona de 80 quilômetros ao redor da usina de Fukushima Daiichi,
mas essa é a primeira vez em que foi encontrado em uma área tão
distante.
A exposição a fontes naturais de radiação em uma ano é
de aproximadamente 2.400 mSv em média, segundo a agência
nuclear da ONU.
O Ministério da Educação do Japão estabeleceu um
padrão permitindo até 1 mSv/h de radiação nas escolas,
enquanto tenta reduzir esse nível para 0,11 mSv/h.
Não
existe acordo entre os especialistas sobre os impactos de exposição à
radiação na saúde, mas após Chernobyl houve um aumento significativo nos
casos de câncer da tireóide em pessoas que foram expostas durante a
infância.
É... o negócio tá feio por lá!
Fonte: Terra (com adaptações).