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quinta-feira, março 24, 2011

Exame de raio-x pode aumentar risco de câncer infantil

Apesar de baixo, risco serve de alerta para evitar indicação desnecessária

Médicos devem ter cautela ao indicar um exame de raio-X a uma grávida ou recém-nascido porque a exposição à radiação pode aumentar o risco de câncer na infância, segundo sugere um estudo publicado na edição da internet do British Medical Journal. O levantamento encontrou um pequeno aumento da incidência de todos os tipos de câncer infantil e leucemia naqueles que haviam sido expostos ao procedimento com menos de três meses de idade ou em crianças cujas mães foram submetidas a um raio-X durante a gravidez.

Os pesquisadores estudaram 2.690 casos de câncer infantil e 4.858 crianças saudáveis. Todas crianças nasceram entre 1976 e 1996 e os dados sobre exposição a radiografia e ultrassom foram coletados a partir de prontuários médicos. Os cientistas mediram o risco para todos os tipos de câncer, de leucemia, linfoma e tumores específicos do sistema nervoso central. 

Os resultados mostraram um risco ligeiramente aumentado para todos os tipos de câncer e leucemia após a exposição de mães ou crianças ao raio-X. Os pesquisadores ressaltaram que o risco não aumentou no caso de ultrassom.
"O aumento do risco de câncer infantil após a exposição a raios-X dentro do útero não é estatisticamente significante", disse à VEJA Preetha Rajaraman, uma das autoras do estudo. "Mas o fato de que há aumento de risco, particularmente de leucemia, é consistente com o que foi reportado por outros estudos que apontavam alta elevação do risco de câncer infantil em crianças expostas a maiores emissões de raios-X", ressaltou.

Apesar de exames como esse serem raros, os autores do estudo demonstraram preocupação devido ao uso crescente de tomografia computadorizada e outros procedimentos com alta dose de radiação em crianças. “Nossos resultados, que indicam um possível risco de câncer em decorrência de radiações menores que as utilizadas na tomografia computadorizada, sugerem que é preciso ter cautela na indicação de exames de imagem na região abdominal e pélvica de mulheres durante a gravidez e em crianças muito novas”, disseram os autores.

Fonte: Veja

Imagens tridimensionais mostram porque as cobras perderam os membros

Imagens tridimensionais de raios-X ultranítidas de um fóssil de 95 milhões de anos encontrado no Líbano lançaram luz sobre como as cobras evoluíram de lagartos com patas, anunciaram cientistas em um estudo publicado no Jornal de Paleontologia de Vertebrados.

O fóssil de 'Eupodophis desouensi', medindo 50 centímetros, revela uma pequena pata posterior presa à pélvis do animal. Ela estava enterrada debaixo de seu corpo e só se tornou visível graças à nova técnica.

A descoberta reforça teorias segundo as quais as cobras teriam evoluído dos lagartos, até que finalmente perderem os membros totalmente, após terem sido bem-sucedidas em hábitats onde rastejar ou deslizar lhes deu uma vantagem.

As novas imagens mostram que o E. desouensi neste momento do período Cretáceo estava no meio do caminho desta mudança.

A pata residual aparece dobrada em sua articulação, com vestígios de ossos do pé ou de dedos.
"Fósseis como este são chave para compreendermos a origem das cobras porque eles mostram uma etapa intermediária do desenvolvimento" destes animais, explicou Alexandra Houssaye, paleobióloga do Centro Nacional de Pesquisas Científicas francês (CNRS, na sigla em francês).

A imagem foi obtida mediante uma técnica denominada laminografia de síncrotron, que usa raios-X de alta resolução para sondar abaixo da superfície e identificar detalhes de até alguns milionésimos de metros de comprimento.

Foi feita uma rotação de 360 graus no fóssil enquanto este foi escaneado, o que forneceu uma imagem tridimensional similar à popular tomografia computadorizada empregada em hospitais.

O E. desouensi foi descoberto há 10 anos e causou comoção na época porque uma pequena pata traseira com apenas dois centímetros de comprimento foi encontrada na superfície do fóssil. Especialistas ponderaram, durante muito tempo, se uma segunda pata traseira poderia ser vista.

Não há vestígios de patas dianteiras, o que indica que estes membros já tinham sido eliminados, sob pressão da evolução.

Fonte: AFP