Mesmo para o sommelier¹ mais premiado, as análises visual, olfativa e
gustativa parecem ser insuficientes para detectar com certeza absoluta
uma safra. O problema da falsificação de safras caras é cada vez mais
presente: com o crescimento de apaixonados por vinho, de leilões e de
colecionadores, especialmente no Extremo Oriente e na Rússia, cresce
também o enriquecimento dos trapaceiros. É
que os grandes vinhos são usados como forma de investimento² e as casas
de leilões estão se organizando para prevenir o perigo: pelo menos 5% das
garrafas mais preciosas na realidade não passam de falsas!

De acordo com Graham Jones, um dos autores da pesquisa, “a uva prende o carbono radioativo por meio do dióxido de carbono (CO2) presente na atmosfera e o transforma em álcool e outros compostos. Com base na quantidade de carbono-14 encontrado no vinho podemos detectar a safra”. Os pesquisadores australianos testaram seu método,que usa um espectrômetro de massas no álcool presente em 20 garrafas, de safras entre 1958 e 1997: conseguiram estabelecer suas datas reais com uma margem de erro de um ano. Em seguida começaram a verificar a possibilidade de aplicar o método a outros componentes, como os fenólicos e o ácido tartárico, para afinar ulteriormente a medição.
Testes nucleares para testar vinhos caros; isto é, declarar guerra às fraudes. Um caso de guerra bem-vinda.
1- O melhor sommelier do mundo, segundo a Association de la Sommellerie Internationale (ASI) é o francês, naturalizado inglês, Gerard Basset. Em abril de 2010 ganhou o título entre 51 concorrentes. Cada finalista teve que superar provas de degustação às cegas e descrever em detalhes quatro vinhos diferentes e identificar oito destilados em três minutos. A próxima edição do evento será em Tóquio, em 2013.
2- Raise your glass: wine investiment and the financial crisis”, (Levante sua taça: investir em vinho e a crise financeira): esse é o nome do trabalho de dois economistas da Wine Association of Wine Economists. Entre os outros dados: uma garrafa de Lafite Rothschild foi leiloada em 2003 por 490 dólares, depois de seis anos foi vendida por 2.586,00 dólares, rendendo ao vendedor um retorno de 70% por ano.
3- Os homens que filmavam o que acontecia quando as bombas eram detonadas formavam uma divisão secreta. Sua existência surgiu das sombras apenas quando o governo começou, 12 anos atrás, a tornar públicos seus filmes. No total, produziram 6.500 filmes segundo autoridades federais. Dois novos documentários, “Countdown to Zero” e “Nuclear Tipping Point”, apresentam imagens de arquivo das explosões.
Fonte: Tribuna do Norte (com adaptações).
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