Método desenvolvido pela USP depende de novos equipamentos para ser aplicado
Uma pesquisa realizada pela USP de Ribeirão Preto desenvolve uma nova
técnica capaz de detectar o câncer de mama em escala molecular, o que
aumenta a chance de cura dos pacientes em 90%.
Dados do Instituto
Nacional de Câncer (Inca) apontam que 60% dos tumores mamários ainda são
diagnosticados em estágio avançado, o que faz da doença uma das
principais causas de morte entre as mulheres no Brasil.
O estudo foi baseado nas informações de radiação espalhada pela mama,
quando exposta ao raios X. Segundo o físico-médico André Luiz Coelho
Conceição, ao passar por um objeto, os raios X podem ser absorvidos,
como ocorre na imagem da mamografia, ou espalhados. A pesquisa analisou a
estrutura da mama por meio das técnicas de espalhamento em médio e
baixo ângulo, e as diferenças encontradas entre os tecidos sadios e
tumorais.
O novo método consegue identificar 100% das amostras corretamente,
que são classificadas como normais, benignas ou malignas. “Na mamografia
convencional o diagnóstico ocorre após grandes alterações morfológicas,
muitas vezes após o aparecimento de uma massa palpável. O objetivo é
promover o diagnóstico do câncer de mama em estágio inicial”, afirma
Conceição.
Não existe previsão para a técnica ser aplicada porque o modelo
depende de novos equipamentos detectores, já que os atuais mamógrafos se
baseiam na absorção dos raios X - o que também é prejudicial, segundo o
pesquisador, porque a radiação pode se acumular no organismo ao logo
do tempo. Estudos para o desenvolvimento de novos aparelhos estão em
andamento no País.
Ao mesmo tempo, Conceição afirma que a mamografia ainda é a forma mais confiável de diagnóstico para o câncer de mama.
Segundo o Inca, o exame periódico permite a redução de cerca de 30%
na mortalidade por câncer, em mulheres de 50 a 69 anos. Para 2012 são
esperados 52,6 mil novos casos da doença no País.
Fonte: EP Ribeirão
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