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sexta-feira, janeiro 20, 2012

Hospital examina modelo enterrado com balas e gera protestos em Alagoas

O delegado da Polícia Civil de Alagoas, Belmiro Cavalcante, enviou um cadáver desenterrado para necrópsia no maior hospital público do Estado. O modelo Eric Ferraz foi sepultado com cinco balas no corpo porque o Instituto Médico Legal (IML) nunca teve um aparelho de raio-X e o médico legista não teve tempo de executar o procedimento. A Justiça determinou a necrópsia por haver a suspeita de que a vítima tenha sido morta com duas armas.

"Isso é um absurdo. Vamos solicitar uma intervenção imediata de todos os órgãos competentes. Não se pode levar um corpo para exumação em um hospital. É mudar a ordem das coisas. Há pessoas vivas e doentes nos corredores do hospital. Há riscos para as vidas", disse o presidente do Conselho Regional de Medicina, Fernando Pedrosa.

Segundo funcionários do Hospital Geral do Estado, o corpo passou por exames no início do mês no necrotério do hospital, com um aparelho de raios-X portátil. "Querem resolver a situação do IML desta forma. Nunca teve um raio-X, nunca houve interesse do Estado em se resolver os seus crimes ou apurá-los com uma Medicina Legal com equipamentos. Não admitimos isso", afirmou Pedrosa.

Por ordem do delegado, um caseiro de um dos acusados pelo assassinato foi preso. Na cadeia, ele foi espancado por 15 presos. Cavalcante nega incentivo a tortura. O delegado foi acusado, há dois anos, de torturar um jovem de 12 anos após prendê-lo por engano. O caso foi arquivado pelo Conselho Estadual de Segurança e pelo Conselho Superior da Polícia Civil.

O IML de Alagoas funciona de forma improvisada há 80 anos em um prédio cedido pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL) no bairro do Prado, em Maceió. Em janeiro, o Ministério Público pediu o fechamento da unidade: até restos dos corpos eram jogados no lixo, e a água que escorria dos cadávares ia parar no meio da rua. Em levatamento realizado em todas as delegacias de Alagoas, o Sindicato dos Policiais Civis identificou 13 com risco de cair. Algumas funcionam em casas alugadas.

A secretária Nacional de Segurança Pública, Regina Miki, está em Alagoas desde o dia 06 para buscar alternativas para a crise no setor de segurança do Estado, que é o mais violento do Brasil de acordo com números do Ministério da Justiça. 


Fonte: Terra 


Que terra sem lei essa nossa, hein! Parece que vivemos em pleno Velho Oeste neste país.

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