A China atravessou uma importante etapa tecnológica ao
conseguir reutilizar o combustível nuclear em um reator experimental, um
processo já praticado por outros países, mas que pode garantir a longo
prazo sua independência energética, afirmam especialistas.
A rede
de televisão nacional CCTV anunciou na semana passada que o país poderia
utilizar suas reservas de urânio durante 3 mil anos, em vez dos 50 a 70
anos previstos até o momento, graças a um experimento bem-sucedido da
China National Nuclear Corporation (CNNC).
De fato, esta
"conquista tecnológica" foi observada em 21 de dezembro na usina 404 da
CNNC, localizada em uma região desértica da longínqua província de Gansu
(noroeste), onde engenheiros chineses conseguiram reutilizar
combustível em um reator experimental.
"Em um primeiro momento, o
reator foi ligado utilizando produtos não radioativos ou levemente
radioativos. Depois, passou-se para uma fase de testes ativos com
material físsil, radioativo", explicou à AFP um especialista do ocidente
em Pequim.
A China, agora, faz parte da "minoria de países" que
controlam o ciclo completo do combustível nuclear, comemorou o
diretor-geral da CNNC, Sun Qin, citado pela CCTV.
O país possui
atualmente 13 reatores nucleares em atividade. Pequim autorizou a
construção de mais 34, dos quais 26 estão em obras.
A experiência da CNNC "é uma
etapa crucial para resolver o problema de matérias-primas enfrentado
pela indústria nuclear, e que já foi superado pelos principais países
nucleares", indicou à AFP o diretor do centro de pesquisas sobre
economia de energia da Universidade de Xiamen, Lin Boqiang.
A
China busca reduzir sua dependência de carvão, que cobre 70% de suas
necessidades energéticas, mas suas reservas de urânio são limitadas.
O
gigante asiático produz cerca de 750 toneladas de urânio por ano, mas a
demanda anual pode elevar-se a 20 mil toneladas até 2020, devido a uma
maior utilização da energia nuclear, segundo a imprensa.
Fonte: Google
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