Consórcio europeu liderado por portugueses lançou uma nova máquina que pode revolucionar a prevenção e deteção do câncer de mama. Os primeiros protótipos foram instalados em Coimbra e Marselha.
É uma máquina inovadora a nível mundial, acaba com a
ineficácia e o desconforto das mamografias. Chama-se Clear PEM Sonic e integra pela primeira vez as
tecnologias PET (tomografia por emissão de pósitrons, isto é, exame
imagiológico de medicina nuclear) e de ultrassons (ecografia), o que
permite detectar tumores com apenas 1mm ou 2 mm, que estão numa fase
inicial, quando o PET clássico não visualiza tumores com menos de 10 mm e
tem uma sensibilidade 10 vezes menor.
A taxa de falsos resultados positivos atinge os 60% a
70% nas mamografias atuais por raios X ou por ecografia, com particular
incidência nas mulheres mais jovens, o que obriga a fazer biópsias. Por
outro lado, o método de diagnóstico mais usado, por raios X, expõe as
mulheres a radiações elevadas e é doloroso, por implicar alguma
compressão da mama.
Baixa radioatividade
Na Clear PEM Sonic o exame dura apenas cinco minutos,
implicando a injeção no sangue da paciente um composto de glicose com
baixa radioatividade conhecido por 18-FDG. Como as células cancerígenas
consomem mais açúcar, um tumor não maligno não fixa a glicose, o que é
identificado pelo detector de radiação do aparelho.
O projeto nasceu no CERN (Organização Europeia para a
Pesquisa Nuclear), em Genebra, através da experiência "Crystal Clear", e
é coordenado por João Varela, investigador do CERN, professor do
Instituto Superior Técnico (Lisboa) e presidente da PETsys, empresa
criada para desenvolver a nova máquina.
Em Coimbra, o protótipo da nova máquina está instalado
no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), um dos
parceiros nacionais do projeto. Os outros incluem a PETsys, centros de
investigação das universidades de Coimbra, Porto e Lisboa, o Laboratório
de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), o
Taguspark e o Hospital Garcia de Orta (Almada).
Além do CERN e do Hospital Universitário de Marselha,
os parceiros estrangeiros são a Universidade de Milão e a empresa
francesa Supersonic Imagine.
Nenhum comentário:
Postar um comentário