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sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Portugueses lançam nova máquina contra o câncer de mama

Consórcio europeu liderado por portugueses lançou uma nova máquina que pode revolucionar a prevenção e deteção do câncer de mama. Os primeiros protótipos foram instalados em Coimbra e Marselha.

É uma máquina inovadora a nível mundial, acaba com a ineficácia e o desconforto das mamografias. Chama-se Clear PEM Sonic e integra pela primeira vez as tecnologias PET (tomografia por emissão de pósitrons, isto é, exame imagiológico de medicina nuclear) e de ultrassons (ecografia), o que permite detectar tumores com apenas 1mm ou 2 mm, que estão numa fase inicial, quando o PET clássico não visualiza tumores com menos de 10 mm e tem uma sensibilidade 10 vezes menor. 

A taxa de falsos resultados positivos atinge os 60% a 70% nas mamografias atuais por raios X ou por ecografia, com particular incidência nas mulheres mais jovens, o que obriga a fazer biópsias. Por outro lado, o método de diagnóstico mais usado, por raios X, expõe as mulheres a radiações elevadas e é doloroso, por implicar alguma compressão da mama.

Baixa radioatividade

Na Clear PEM Sonic o exame dura apenas cinco minutos, implicando a injeção no sangue da paciente um composto de glicose com baixa radioatividade conhecido por 18-FDG. Como as células cancerígenas consomem mais açúcar, um tumor não maligno não fixa a glicose, o que é identificado pelo detector de radiação do aparelho.

O projeto nasceu no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), em Genebra, através da experiência "Crystal Clear", e é coordenado por João Varela, investigador do CERN, professor do Instituto Superior Técnico (Lisboa) e presidente da PETsys, empresa criada para desenvolver a nova máquina.

Em Coimbra, o protótipo da nova máquina está instalado no Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde (ICNAS), um dos parceiros nacionais do projeto. Os outros incluem a PETsys, centros de investigação das universidades de Coimbra, Porto e Lisboa, o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), o Taguspark e o Hospital Garcia de Orta (Almada). 

Além do CERN e do Hospital Universitário de Marselha, os parceiros estrangeiros são a Universidade de Milão e a empresa francesa Supersonic Imagine.

 Fonte: Expresso

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