País terá sua primeira área de armazenamento radioativo até 2015
Para conseguir o licenciamento ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e realizar Angra 3, uma coisa é certa: haverá a necessidade da construção de um depósito para acomodar os rejeitos radioativos da obra, prevista até 2015.
Segundo João Roberto Loureiro de Mattos, diretor do Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), o local que sediará o
repositório ainda não foi escolhido, mas o processo de seleção levará em
conta fatores como a densidade populacional da região e a existência de
áreas de preservação e de mananciais de água.
De acordo com as determinações do Ibama, as instalações do
repositório precisam estar licenciadas até o início da operação da
usina. Isso porque neste depósito ficarão armazenados os rejeitos de
baixa e média atividade das usinas nucleares brasileiras, da fábrica de
combustível das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), localizada em
Resende (RJ), e do descomissionamento de reatores de pesquisa.
Entenda-se por rejeitos de baixa e média atividade os resíduos da
purificação da água dos reatores, imobilizados em matriz de cimento ou
em betume, além de roupas, filtros, papéis e outros materiais utilizados
em instalações nucleares. Eles serão colocados em embalagens metálicas
de 1 metro cúbico ou em tambores metálicos de 200 litros, posteriormente
acondicionados em contêineres de concreto no novo depósito, e terão
monitoração 24 horas por dia.
A responsabilidade pelo empreendimento será da Comissão Nacional de
Energia Nuclear (Cnen), que colocou o CDTN, de Belo Horizonte (MG), à
frente do desenvolvimento do projeto, cujo detalhamento será feito ao
longo deste ano.
Hoje, os rejeitos das usinas nucleares do País são
armazenados dentro de depósitos iniciais, previstos por normas
internacionais, situados dentro das próprias unidades. O mesmo vale para
as instalações do ciclo do combustível nuclear.
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