A poluição dos rios, lagos, zonas costeiras e baías tem causado
degradação ambiental contínua por despejo de volumes crescentes de
depósitos de resíduos e dejetos industriais e orgânicos.
O lançamento de
esgotos não tratados aumentou dramaticamente nas últimas décadas, com
impactos severos sobre a fauna, flora e os próprios seres humanos.
Pesquisa do doutor em Odontologia, Marcos André dos Santos da Silva,
aponta que cerca de 80% dos odontólogos de São Luís descartam materiais
radioativos diretamente no esgoto.
A preocupação com a forma como
estes resíduos são tratados originou a pesquisa do professor doutor do
Programa de Pós-graduação – Mestrado em Odontologia do Centro
Universitário do Maranhão (Uniceuma), Marcos André dos Santos da Silva,
na qual ouviu profissionais da Odontologia, nas diversas especialidades
em seus consultórios e clínicas de Radiologia Odontológica de São Luís.
Na investigação, foi indagada como procedem ao descarte de efluentes
(soluções de fixador, revelador e água de lavagem dos filmes
radiográficos) contendo substâncias nocivas ao meio ambiente e aos
próprios seres humanos e ao descarte dos resíduos sólidos (os filmes
radiográficos, películas radiográficas, invólucros e lâmina de chumbo)
constituídos de material plástico impregnado com metal pesado.
“Realizamos a pesquisa através de questionário fechado contendo nove
questões, que foi aplicado de forma aleatória a uma amostra de 7,8% do
total de 1.281 cirurgiões-dentistas. Com os dados colhidos, através dos
questionários, foi feita a análise quantitativa, empregando a
porcentagem e outros instrumentos estatísticos necessários para obtenção
dos resultados, que possibilitaram avaliarmos a gestão dos rejeitos do
processamento radiográfico”, disse.
Quando questionados se
acreditam que os efluentes radiográficos podem causar danos ao meio
ambiente, 92% dos pesquisados afirmam que sim. Quanto ao descarte do
fixador utilizado no processamento radiográfico, 43% afirmam que jogam
diretamente na pia, 36% diluem o fixador em água e o jogam na pia, 14%
realizam o descarte através de uma empresa especializada e 7% deles
utilizam outro meio. Dentre os entrevistados, 42% descartam o seu
revelador de radiografias somente jogando na pia, 36% diluem em água e o
jogam na pia, 13% realizam o descarte através de uma empresa
especializada e 9% utilizam outro método para descarte. Quanto à forma
de descarte dos filmes radiográficos, 51% jogam no lixo e 49% descartam
através de uma empresa especializada, sendo assim, não seguindo o
regulamento para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde
estabelecido pela Anvisa.
A pesquisa aponta que grande parte dos
cirurgiões dentistas não possui informações de como descartar os rejeitos
do processamento radiográfico e filmes radiográficos de forma correta, e
que a vigilância sanitária não mantém uma fiscalização para gestão dos
resíduos dos serviços de radiologia odontológica em São Luís.
“Ratificamos que executamos medidas educativas, esclarecedoras e de
conscientização desses profissionais ao fim de nossa coleta de dados. A
informação científica sendo executada conforme as normas previstas na
legislação vigente, poderá minimizar os riscos de contaminação
ambiental, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável do
Maranhão”, ressaltou.
A pesquisa de Marcos André dos Santos da Silva
foi premiada pela Fundação de Amparo a Pesquisa e ao Desenvolvimento
Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) como pesquisador Sênior.
Fonte: Jornal Pequeno
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