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quarta-feira, março 09, 2011

Sul briga por usinas nucleares

O Nordeste era o local escolhido para as duas próximas usinas nucleares a serem construídas no país, depois de Angra 3, e que deveriam entrar em operação 2019 e 2021, respectivamente. Mas a região pode perder prioridade para o Sul do país. O alerta foi dado durante o seminário ´O futuro da matriz energética do Nordeste`, promovido pela Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (Frune). 

Um estudo, que está sendo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apontaria a Região Nordeste como exportadora de energia, por considerar toda a capacidade instalada, inclusive de térmicas desligadas. Com isso, a região teria menos urgência na construção das nucleares em relação a outras áreas do país, alterando o cronograma de instalação das usinas. O sítio Belém do São Francisco, em Pernambuco, é um dos grandes candidatos ao investimento.

Atualmente, o Brasil conta com duas nucleares em operação (Angra 1 e Angra 2) e uma terceira em construção (Angra 3), com previsão de ser inaugurada em 2015. O Plano Nacional de Energia (PNE) prevê a construção de quatro a oito novas usinas nucleares até 2030. Os estudos de localização estavam restritos ao Nordeste e Sudeste do país, com pelo menos duas usinas em cada região. No ano passado, no entanto, o Ministério de Minas e Energia solicitou que a Eletronuclear estendesse a atual busca de sítios para o Centro-Oeste e Sul do país. Na época, foi firmado um convênio com a EPE para troca de informações.

´Nos bastidores, diz-se que, neste estudo que está sendo elaborado pela EPE, o Nordeste é considerado uma região exportadora de energia, porque considera toda a capacidade instalada, incluindo até as térmicas que estão desligadas. Quando na realidade, o Nordeste está sempre recebendo energia através do sistema interligado`, afirma Edvaldo Gomes, presidente da Frune. Na última quinta-feira, por exemplo, foram enviados 1.552 MW do sistema Norte e 363 MW, do Sudeste/Centro-Oeste. 

´Se considerarem que há excesso de energia aqui, o Nordeste pode perder prioridade na construção das nucleares para o Sul. É importante para o Nordeste receber o investimento dessas usinas, que é de R$ 10 bilhões`, alerta.

Carlos Henrique Mariz, assistente da presidência da Eletronuclear e responsável pelo escritório da estatal no Recife, diz que até agora não foram definidos os sítios, nem houve sinalização para mudanças no cronograma de instalação das usinas no Nordeste. ´Mas se houver uma alteração, será ruim para o Nordeste, porque não saberemos quando o programa nuclear será retomado na região`, comenta ele. 

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou que os sítios das próximas quatro usinas nucleares serão divulgado até abril deste ano. 

Fonte: Diário de Pernambuco (com adaptações).

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