O Brasil vai decidir em 2012 se seguirá ou não com o projeto para
construção de pelo menos quatro novas usinas nucleares, como estava
previsto até o início deste ano. O plano de expansão nuclear sofreu um
duro golpe com acidente de Fukushima, em março de 2011.
O vazamento de material radioativo no Japão teve impacto no outro lado do mundo e
paralisou os projetos para instalação de novas usinas. Por enquanto, o
plano brasileiro segue com a construção de Angra 3, que não foi
paralisada após o acidente no Japão.
A meta inicial do governo federal era anunciar em 2011 o local onde duas novas usinas nucleares seriam construídas no Nordeste. Com o episódio, não só a definição das áreas ficou comprometida, como os Estados que até então lutavam para receber os empreendimentos agora mostram receio em receber os investimentos bilionários.
A Eletronuclear, empresa ligada à Eletrobras e responsável por operar e construir as usinas termonucleares do país, informou ao UOL Notícias que, após a repercussão mundial causada pelo acidente de Fukushima, o Brasil vai rediscutir, em 2012, se os investimentos previstos serão levados adiante ou não.
A meta inicial do governo federal era anunciar em 2011 o local onde duas novas usinas nucleares seriam construídas no Nordeste. Com o episódio, não só a definição das áreas ficou comprometida, como os Estados que até então lutavam para receber os empreendimentos agora mostram receio em receber os investimentos bilionários.
A Eletronuclear, empresa ligada à Eletrobras e responsável por operar e construir as usinas termonucleares do país, informou ao UOL Notícias que, após a repercussão mundial causada pelo acidente de Fukushima, o Brasil vai rediscutir, em 2012, se os investimentos previstos serão levados adiante ou não.
O debate será feito na elaboração do PNE (Plano Nacional de Energia)
2035, que será lançado pelo Ministério de Minas e Energia neste
ano. "Esse documento vai definir o planejamento energético brasileiro
para as próximas décadas e dizer qual será a contribuição futura da
energia nuclear", afirmou Leonam dos Santos Guimarães, assistente da
Presidência da Eletronuclear.
Segundo o PNE 2035, o governo federal tinha como meta investir R$ 20 bilhões nos próximos anos, ou seja, R$ 5 bilhões em cada uma das quatro unidades de 1.000 megawatts, sendo duas no Nordeste e duas no Sudeste.
Segundo o PNE 2035, o governo federal tinha como meta investir R$ 20 bilhões nos próximos anos, ou seja, R$ 5 bilhões em cada uma das quatro unidades de 1.000 megawatts, sendo duas no Nordeste e duas no Sudeste.
"O pagamento [do investimento] se dará ao longo de 15 anos e será
acrescido de juros. E o investimento poderá ser amortizado durante o
período a partir da geração de caixa da própria usina. Como a vida útil
do empreendimento supera os 60 anos, a nova usina nuclear produzirá
eletricidade e proporcionará significativo retorno durante quase meio
século após a amortização do investimento inicial", explicou.
A Eletronuclear afirma que já tem um mapa nacional com 40 áreas, identificadas como aptas para o recebimento de novas usinas nucleares. Segundo Guimarães, o processo ficou paralisado nos últimos meses por conta de novas avaliações sobre a segurança da energia nuclear.
A Eletronuclear afirma que já tem um mapa nacional com 40 áreas, identificadas como aptas para o recebimento de novas usinas nucleares. Segundo Guimarães, o processo ficou paralisado nos últimos meses por conta de novas avaliações sobre a segurança da energia nuclear.
"[O acidente de Fukushima] está promovendo em todo o mundo novos
estudos, debates e posicionamentos, que, obviamente, estão retardando
eventuais tomadas de decisão sobre novos empreendimentos nucleares”,
alegou.
Apesar da necessidade de investimentos, que serão definidos no PNE 2035, a Eletronuclear diz que não há motivo para abortar a ideia de construir novas usinas nucleares no país, a exemplo das já existentes em Angra dos Reis (RJ).
Apesar da necessidade de investimentos, que serão definidos no PNE 2035, a Eletronuclear diz que não há motivo para abortar a ideia de construir novas usinas nucleares no país, a exemplo das já existentes em Angra dos Reis (RJ).
"É justa a preocupação da sociedade, e cabe à Eletronuclear
demonstrar com transparência seus procedimentos e evidenciar a segurança
de suas operações. Mas o acidente nuclear no Japão não implica em
elementos objetivos que possam alterar os rumos atuais do Programa
Nuclear Brasileiro, a não ser a incorporação das lições técnicas que
estão sendo aprendidas, que aperfeiçoarão sua segurança num processo de
melhoria contínua", disse Guimarães.
Para garantir a segurança das operações, a Eletronuclear elaborou um plano de resposta ao acidente de Fukushima, onde definiu ações para aprimorar a segurança das usinas nucleares brasileiras. "O programa contará com investimentos de R$ 300 milhões e inclui 52 iniciativas que serão executadas a curto, médio e longo prazo", diz, citando que, entre os itens que estão sendo analisados, está a proteção contra ondas e inundações por eventos externos, exatamente a causa do acidente no Japão.
Para garantir a segurança das operações, a Eletronuclear elaborou um plano de resposta ao acidente de Fukushima, onde definiu ações para aprimorar a segurança das usinas nucleares brasileiras. "O programa contará com investimentos de R$ 300 milhões e inclui 52 iniciativas que serão executadas a curto, médio e longo prazo", diz, citando que, entre os itens que estão sendo analisados, está a proteção contra ondas e inundações por eventos externos, exatamente a causa do acidente no Japão.
Estados saem da disputa
Se até o início do ano a
construção de usinas nucleares era um "sonho de consumo", que abriu uma
verdadeira batalha entre os quatro Estados nordestinos pré-selecionados
(Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe), hoje a instalação desses
empreendimentos se tornaram motivo de preocupação para as autoridades.
Todos já admitem até desistir da participação no processo, caso não
sejam apresentadas novas tecnologias de segurança aos investimentos.
Segundo a Eletronuclear, a região dos empreendimentos ficará entre o
litoral de Recife e Salvador, os dois maiores centros de carga do
Nordeste. Os Estados são cortados por "grandes rios que desembocam nesse
litoral".
Informações extraoficiais dão conta de que a primeira usina nordestina seria construída em Itacuruba, no sertão pernambucano, às margens do rio São Francisco. Mas, após o episódio em Fukushima, o governo do Estado decidiu engavetar o projeto e informou que vai aguardar tecnologias de segurança para evitar uma obra que traria sérios riscos à saúde da população.
O secretário executivo de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, José Almir Cirilo, informou, por meio da assessoria de imprensa, que o acidente nuclear no Japão fez não só Pernambuco, mas todo o mundo repensar na execução de projetos nucleares. “A secretaria não tem previsão para retomar os trabalhos do projeto. Esperamos as tecnologias amadureçam e isso não tem um prazo certo, definido, para repensarmos no projeto”.
Outro forte candidato a receber a usina, a Bahia também não escondeu o desinteresse em recebê-las. O superintendente de Energia e Comunicações da Secretaria estadual de Infraestrutura, Silvano Ragno, diz que o governo decidiu batalhar por projetos que gerem energia limpa "para não expor a população a riscos."
Segundo Ragno, a Bahia quer aproveitar o potencial de energia eólica para produzir cerca de 1.700 megawatts/mês, aproveitando apenas as forças dos ventos. “Diminuímos o interesse pela geração de energia nuclear depois que vimos o que ocorreu com o Japão. O governo deu preferência a projetos que gerem energia limpa, sem riscos para a população. Apesar das tecnologias avançadas que nos dariam uma certa garantia de riscos mínimos, agora não temos mais essa certeza”, disse.
A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Alagoas também informou que o Estado vai aguardar pela apresentação de novos estudos técnicos que garantam mais segurança às operações de usinas nucleares. Até a apresentação desses resultados, o Estado informou que o assunto está "fora da pauta energética."
Informações extraoficiais dão conta de que a primeira usina nordestina seria construída em Itacuruba, no sertão pernambucano, às margens do rio São Francisco. Mas, após o episódio em Fukushima, o governo do Estado decidiu engavetar o projeto e informou que vai aguardar tecnologias de segurança para evitar uma obra que traria sérios riscos à saúde da população.
O secretário executivo de Recursos Hídricos e Energéticos de Pernambuco, José Almir Cirilo, informou, por meio da assessoria de imprensa, que o acidente nuclear no Japão fez não só Pernambuco, mas todo o mundo repensar na execução de projetos nucleares. “A secretaria não tem previsão para retomar os trabalhos do projeto. Esperamos as tecnologias amadureçam e isso não tem um prazo certo, definido, para repensarmos no projeto”.
Outro forte candidato a receber a usina, a Bahia também não escondeu o desinteresse em recebê-las. O superintendente de Energia e Comunicações da Secretaria estadual de Infraestrutura, Silvano Ragno, diz que o governo decidiu batalhar por projetos que gerem energia limpa "para não expor a população a riscos."
Segundo Ragno, a Bahia quer aproveitar o potencial de energia eólica para produzir cerca de 1.700 megawatts/mês, aproveitando apenas as forças dos ventos. “Diminuímos o interesse pela geração de energia nuclear depois que vimos o que ocorreu com o Japão. O governo deu preferência a projetos que gerem energia limpa, sem riscos para a população. Apesar das tecnologias avançadas que nos dariam uma certa garantia de riscos mínimos, agora não temos mais essa certeza”, disse.
A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Econômico de Alagoas também informou que o Estado vai aguardar pela apresentação de novos estudos técnicos que garantam mais segurança às operações de usinas nucleares. Até a apresentação desses resultados, o Estado informou que o assunto está "fora da pauta energética."
Fonte: Ambiente Já
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