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segunda-feira, novembro 01, 2010

Saiba quais os 10 piores erros cometidos num currículo

Se você está em busca de um estágio ou de um emprego e não sabe nem por onde começar, aí vai a dica: comece pelo currículo. Ele é seu cartão de visita para o mercado de trabalho, por isso, cuide bem dele. É com o currículo que você faz o primeiro contato com a aquela tão almejada empresa. O documento bem-feito não é sinônimo de vaga garantida, mas é uma etapa importante. E qualquer escorregão pode prejudicar seriamente suas pretensões. Para ajudá-lo nessa missão, o site Universia consultou diversos especialistas em recrutamento e seleção que apontaram algumas falhas que podem colocar tudo a perder. Confira!

Deixar passar erros de português ou digitação

"Dominar a Língua Portuguesa é um requisito básico e fundamental de qualquer processo seletivo. Por isso, fique atento para não cometer erros de ortografia, concordância e até mesmo de digitação no currículo. Você pode ser eliminado antes mesmo de ter a oportunidade de justificar o erro. A desatenção pode ser interpretada como despreparo. A dica é: revise o documento várias vezes antes de enviá-lo. Se preferir, peça para alguém que domine bem o idioma revisá-lo também."

Ana Rita Peres, gerente executiva da seccional de São Paulo da Associação Brasileira de Recursos Humanos.

Mentir

"Não vale a pena mentir. Ao analisar o currículo, o recrutador pode não identificar a mentira. No entanto, você pode ter uma grande surpresa no ato da entrevista pessoal. Pode ser submetido a um teste prático, por exemplo, e vai ficar muito feio para você. Isso é antiético e você pode ser eliminado do processo seletivo por bobeira. Seja verdadeiro. O currículo é feito para que ressalte seus pontos fortes. Nada de inventar informações só para deixá-lo mais completo."

Tania Casado, coordenadora do curso de especialização em Consultoria de Carreira da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Ser prolixo

"Quem quer contar tudo no currículo, não tem a chance de falar nada. É um erro achar que quanto maior for o documento, melhor ele fica. O tempo que você tem para se apresentar ao selecionador é de, no máximo, dois minutos. Portanto, duas folhas são mais do que suficiente. Nada de tentar se enganar, por exemplo, ao diminuir o tamanho da fonte usada no documento. O ideal é ser conciso. Coloque no currículo apenas as informações úteis e necessárias. Ou seja, se você fez um curso de culinária e está em busca de uma vaga de secretariado, oculte esse dado. Afinal, não vai fazer a mínima diferença. Economize espaço para valorizar as características mais relevantes para a vaga pretendida. Tenha bom senso."

Marcelo Abrileri, presidente do Curriculum.com.br, site de recolocação e recrutamento on-line

Ser superficial

"O currículo deve ter as informações mínimas necessárias para que o selecionador o conheça. Quem lê o currículo não tem bola de cristal. Alguns dados, tais como local de formação, locais de trabalho, datas de ingresso e saída, descrição de cargos e de atividades desempenhadas, são fundamentais e não podem faltar. As datas não se resumem ao ano. O ideal é colocar pelo menos o mês. Evite usar abreviaturas e siglas, para facilitar o entendimento do recrutador. O documento deve realçar as realizações pessoais de maneira clara, organizada, lógica e simples. A objetividade passa credibilidade. Mas cuidado: ser generalista pode ser interpretado como imaturidade."

Sandra Schamas, palestrante e escritora do livro "Aumente a sua Empregabilidade".

Apontar distintos objetivos profissionais

"Um dos pontos mais importantes de um currículo é o objetivo. Ele é quem guia os caminhos do candidato e, em alguns casos, até os passos do selecionador. O recrutador muitas vezes começa a leitura do currículo pelo objetivo, se ele estiver alinhado com a vaga prossegue a leitura, caso contrário já o descarta. O objetivo deve ser construído de maneira pensada, estruturada, clara e convincente. Para isso, é preciso saber realmente o que você quer para a sua carreira profissional. Comece sempre com um verbo e nunca coloque a palavra 'almejo'. Duas ou três linhas são suficientes para descrever suas intenções profissionais. Apontar objetivos distintos pode demonstrar imaturidade e falta de foco."

Haroldo Sato, especialista em marketing pessoal e diretor de Recursos Humanos da Fast Shop.
 
Inserir documentos pessoais

"Nunca insira dados relativos a documentos pessoais, tais como CPF, RG, número da carteira de trabalho, título de eleitor ou de carteira de reservista. Essas informações são desnecessárias no processo de seleção, além do mais podem te trazer sérios transtornos. Os números dos documentos sigilosos podem cair na mão de pessoas erradas. No topo do currículo, coloque apenas o nome completo, idade, nacionalidade, estado civil, endereço completo, telefone, número do celular e e-mail. Lembre-se de manter esses dados atualizados, principalmente o número de telefone, já que esse será o meio de comunicação entre entrevistador e candidato. Indicar a pretensão salarial também é dispensável. Coloque-a apenas se solicitado. Esse é um assunto confidencial, que deve ser discutido no ato da entrevista pessoal."

Cíntia Holanda, consultora de Recursos Humanos da Catho.
 
Inserir fotos

"Não faça do seu currículo, um catálogo de fotos. Lembre-se: não é a sua aparência que é avaliada e, sim, os seus conhecimentos e experiências profissionais. Por isso, evite colocar fotos. Legalmente as empresas são proibidas de solicitar retratos dos seus candidatos, já que se trata de uma ação discriminatória. Mas se mesmo assim você optar pela foto, pense: 'qual é a imagem que eu quero passar para o recrutador?' Tenha bom senso. Nada de figuras sem camisa, de óculos escuros ou de biquíni. Escolha algo mais formal."

Alessandra Nogueira, gerente de recrutamento e seleção da Coca-Cola.
 
Deixar a estética de lado ou priorizá-la demais

"A preocupação excessiva com a estética, em alguns casos, pode ser subentendida como compensação de uma falha. Em contrapartida, currículos sujos e amassados demonstram que o candidato é desorganizado. O ideal é optar por folhas brancas e tipologia tradicional, tais como Times New Roman e Arial. Negritos, itálicos e sublinhados só devem ser usados para organizar as informações. Fugir do padrão, às vezes, aguça a curiosidade do recrutador. Porém, é importante identificar o tipo de empresa que faz a seleção. Se for uma instituição de perfil conservador, siga o modelo padrão. Caso contrário, pode-se inovar e usar a criatividade para se destacar no processo seletivo. Mas cuidado! Na dúvida, opte pela boa e velha folha branca."

Regina Silva, consultora de carreira e sócia-diretora do Instituto Gyraser.
 
Padronizar o currículo

"Um currículo se torna muito mais atraente aos olhos do selecionador se adequado ao perfil da empresa e da vaga pretendida. Para cada necessidade, é preciso uma redação diferente. As informações podem ser as mesmas, porém o ideal é ressaltar as características exigidas para o preenchimento da vaga. Se a sua experiência profissional for mais forte, priorize-a. Caso contrário enfatize o lado do estudo. O modelo do currículo é que tem que se adequar às suas necessidades e não você se pautar por um modelo padrão, que não vai te favorecer em nada. A dica é: procure informações sobre a empresa e faça uma boa pesquisa sobre a área em que gostaria de trabalhar para saber as informações que devem ser ressaltadas no próprio currículo e que, geralmente, serão as mais notadas pelo recrutador."

João Florêncio, professor da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) e consultor na área de educação continuada e gestão de carreiras.
 
Anexar documentos comprobatórios

"Não há necessidade de comprovar as informações descritas no currículo com a apresentação de documentos comprobatórios, tais como o diploma da graduação, a carta de recomendação do antigo trabalho ou, ainda, a cópia do passaporte com o carimbo da viagem para o exterior. Os documentos só devem ser apresentados, quando solicitado. Assinar ou rubricar o currículo também é desnecessário. O recrutador parte do pressuposto de que o candidato fala a verdade." 

 Maiti Junqueira, coordenadora de jovens profissionais da Across. 



Fonte: UNIVERSIA-BRASIL