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domingo, outubro 17, 2010

Como organizar a sua formatura


Você pode comemorar o final do seu curso com toda a pompa ou de forma bem louca e criativa. Também pode misturar o tradicional com o moderno. E ainda tem a opção de não comemorar. Tudo depende do seu perfil, do perfil do seu curso, de sua turma e da grana que vocês têm ou estão a fim de desembolsar.

"Hoje, muitos formandos estão mais preocupados em arranjar logo um emprego para começar a ganhar dinheiro - ou até mesmo para pagar a faculdade retroativamente - do que em gastar dinheiro com formaturas grandiosas. Então, as turmas que optam pelo tradicional são cada vez menores", diz Patrícia Miranda, diretora da Aprof (Associação das Empresas Promotoras de Formatura). Segundo ela, as turmas que ainda optam por se formar com tudo o que têm direito vêm de cursos como Direito, Medicina, Odontologia, Farmácia e Fisioterapia. O resto opta por formas alternativas.

Foi o caso da turma de Psicologia de Aline Frey, da UFBA (Universidade Federal da Bahia), que se formou em 2004. Os 16 formandos optaram por fazer esquetes com pequenas peças de teatro e declamações de poesias, no próprio saguão da reitoria, onde rolou a colação de grau. "Um colega que é músico compôs uma canção que falava da trajetória da nossa turma e tocou piano de calda. A turma entrou fazendo bolinhas de sabão, ao som de uma das músicas do filme O fabuloso mundo de Amelie Poulain, tocada por uma banda de amigos nossos. No lugar da beca, vestimos roupas coloridas. Decoramos a reitoria com cortinas de cizal e arranjos de flores. Os convites tinham uma foto P&B da turma com intervenções coloridas. Tudo custou apenas R$ 70 para cada um", conta.

Já a turma de Daniele Souza, 27 anos, que se formou em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) em 2006, optou por alugar uma casa noturna decorada com o tema "mídia", no esquema "os convidados pagam o que consumirem". Cada um dos 20 formandos teve que desembolsar apenas R$ 60.

Os caretas

Fazer algo diferente pode ser realmente bacana. O problema é que quanto mais exótica a festa, mais difícil de a turma chegar a um consenso e se organizar. "Dá muito trabalho ficar inventando moda e convencer o resto da turma de que é legal e vai funcionar. Muita gente opta pelo padrão tradicional para evitar polêmica. E mesmo assim às vezes rolam brigas homéricas", explica Gion Brunn, 25 anos, estudante do terceiro ano de Medicina da UFBA.

Durante dois anos ele fez parte da comissão de formatura de seu curso, mas desistiu do cargo pelo excesso de reuniões. "O curso de Medicina já é puxado demais, não estava tendo tempo para me dedicar à organização da formatura", conta. Isso porque, além do baile, a comissão organiza várias festas durante todo o curso para arrecadar dinheiro aos poucos. Dá um trabalhão.

Nessa "brincadeira", cada um dos 80 alunos a turma de Gion vai gastar de R$ 1.570, aluguel do parque aquático Wet´n Wild - onde vai rolar o baile - , aluguel do espaço onde será realizada a colação de grau e o cachê de três bandas (uma de rock, uma de forró e outra de axé), cerimonial da festa, produção do filme que será exibido durante a festa, seguranças, convites para 150 convidados cada um, orquestra para colação, canudos e o dinheiro que vai para a empresa de eventos que está organizando tudo. Isso sem contar a roupa, o bufet pessoal, e a cobertura do evento (álbum e fotos e DVD).

Ufa!!!! Com tanto gasto, ainda bem que há espaço para a democracia: participa quem quer. Tanto que Ricardo Heinzelmann, 24 anos, colega de Gion, optou por ficar de fora dos eventos e gastar o dinheiro em uma viagem para a Europa, depois de formado. "Prefiro satisfazer o meu prazer pessoal, em vez de fazer uma festa para os outros", explica.

E pode ser muito mais caro do que o valor que essa turma de Medicina vai pagar: tem gente que topa desembolsar mais de R$ 3.000. Hoje em dia há modismos que encarecem tudo: bailes temáticos (com tema havaiano, por exemplo), contrato de escolas de samba para fazer uma surpresa no meio do evento, malabares, cuspidor de fogo na entrada, drag queens que aparecem depois da valsa distribuindo pulseirinhas de neon, distribuição de pirulito, sorveteiro à disposição a noite inteira, garçons usando capelo na cabeça ou avental com nome do curso, scotch bar, lounges espalhados pelo salão, paredes de flores, velas e pétalas de rosas pelo chão. "Tudo isso pode parecer extravagante, mas acho que vale a pena comemorar esse período de tanta batalha", opina Gion.

Quando começar a organizar a formatura

O quanto antes a turma começar a pensar no assunto, melhor as alternativas de pagamento, e em mais parcelas vai poder dividir o valor. Tempo mínimo: seis meses. Mas o ideal é começar a organizar as comissões de formatura no começo do terceiro ano da faculdade. Alguns cursos, como Medicina, por exemplo, começam o planejamento no primeiro ano de faculdade, já que as festas desse curso costumam ser mais ostentosas.

O papel da Comissão de Formatura

A comissão de formatura é um grupo de alunos voluntários de uma ou mais turmas de um curso de graduação que se reúnem informalmente para organizar os eventos da formatura. A comissão deve ter um aluno representante e um suplente para cada turma envolvida. Este é o primeiro passo para organizar a formatura.

É ela que vai criar uma associação sem fins lucrativos e registrá-la no Cartório Civil de Pessoas Jurídicas. Para se registrar como associação, é preciso que a comissão crie e concorde com as normas que vão reger todas as suas atividades, o chamado estatuto, que conterá as seguintes informações: quem constitui a associação, quais os deveres dos membros, quem administra o quê, o quórum de instalação e deliberação da associação, como resolver os impasses que surgirão, como serão feitas as prestações de contas, quais os prazos não só de pagamento e prestação de contas, mas também da validade da associação, como vai se dar a dissolução da mesma, o nome da comissão, onde ela vai ser sediada, a estrutura hierárquica e a distribuição das tarefas.

O papel da comissão é escolher os alunos que serão oradores e juramentistas, normalmente um por curso envolvido; indicar um professor que se destaque para ser o paraninfo de todas as turmas, mesmo de cursos diferentes; escolher professores homenageados, um por curso; indicar um patrono, que normalmente é uma personalidade de destaque na área profissional dos formandos.

Ah, em alguns casos, dependendo da organização da comissão de formatura, seus integrantes acabam sendo beneficiados com a dispensa do pagamento dos custos individuais da festa.

Como arrecadar dinheiro

Além de calcular uma mensalidade, é legal organizar eventos de arrecadação de fundos durante o curso. Outra forma bacana: fazer rifas. Mas o melhor é contratar empresas que organizam tudo isso. Só que, atenção: é preciso escolher direito. Há muitas empresas por aí, e nem todas são confiáveis.

Como escolher a melhor empresa

Peça indicação à instituição onde você estuda ou a um colega que já se formou. Depois, verifique se a empresa é registrada. Caberá à Comissão de Formatura escolher uma empresa especializada na organização do evento a partir de uma concorrência.

O ideal é comparar orçamentos detalhadamente, visitar festas das empresas cogitadas e solicitar documentos que atestem a idoneidade das mesmas. A empresa será responsável por todos os detalhes que envolvem a cerimônia de colação e o baile de formatura, desde a arrecadação de dinheiro entre os formandos, até os contratos com salões de eventos, bufês, banda, convites, fotos, etc. A empresa deve oferecer diferentes opções de atrações e custos, que serão avaliadas pelos alunos.

Onde fazer a balada?

A data e o lugar da festa devem ser marcados com bastante antecedência (afinal, turmas de vários cursos e universidades costumam se formar na mesma época). É importante observar: a eficiência da sonorização, se há espaço coberto, estacionamento privativo com número de vagas suficientes para os convidados, número de sanitários, tamanho da cozinha, infra-estrutura para decoração, se o pé-direito do salão comporta a iluminação, entre outros detalhes.

Quem vai tocar o quê?

É essencial avaliar a estrutura de som de cada banda. Procure saber tudo o que a banda tem: iluminação; técnico de som; transporte próprio. Pergunte também quem é cada membro e o que cada um faz.

Depois, mas não menos importante, avalie o repertório do grupo. O ideal é que a turma possa opinar sobre esse repertório, isto é, no estilo de som. Afinal, a música TEM que combinar com os convidados. É bacana conversar bastante com os músicos da banda para tentar transmitir exatamente o perfil dos formandos, os interesses e a proposta do evento.

Mas há também bandas com perfis próprios, que não se adaptam ao gosto do cliente, e turmas que podem querer contratá-las justamente por isso. Ah, e lembre-se: na sua festa haverá pais, tios e até avós. Ou seja: é bacana a banda tocar algumas músicas das décadas de 1950, 60, 70, aquelas tradicionais, que todo mundo conhece e gosta.

Os comes e bebes

Tradicionalmente, há três tipos de coquetel de formatura: o coquetel inserido dentro do baile; o coquetel particular, que alguns formandos, ou grupo pequeno de formandos (três no máximo), oferecem para as famílias e os amigos; e um tipo novo, o coquetel "somente para formandos", que acontece antes da colação de grau, enquanto a turma se prepara.

O coquetel do baile e o coquetel particular não variam muito um do outro. As diferenças estão nas quantidades de salgados. Afinal, o coquetel particular é uma festa de menor duração e, portanto, tem-se uma média de 14 a 15 salgados/pessoa (se for durante a semana pode-se contar 12 salgados/pessoa, porque a duração tende a ser menor) e na quantidade de garçons; e difere também quanto ao prato quente que, em festas particulares, é geralmente servido em buffet montado.

Algumas pessoas gostam de servir um jantar completo, em vez do prato quente nestes coquetéis particulares. Servem-se aperitivos variados, um prato quente, doces ou bombons e, às vezes, uma mesa de café da manhã. As bebidas: cerveja, refrigerante, água mineral, uísque e vinho branco. A moda agora são as bebidas frizantes, espumantes, achampanhados. Já o coquetel, "somente para formandos", é uma comemoração rápida, com duração entre uma hora e uma hora e meia. São servidos salgadinhos ou uma mesa de frios. Bebidas alcoólicas: somente vinho branco ou champanhe, refrigerantes e água mineral.

Quando se contrata um buffet, é preciso pensar no sabor, na aparência, na apresentação dos alimentos e como serão servidos. Verifique como estes alimentos foram embalados, manipulados, congelados e descongelados e as instalações sanitárias utilizadas pelos funcionários do buffet. Para tanto, verifique se o fornecedor do buffet tem alvará sanitário, comprovante obtido através da Secretaria Municipal de Saúde após vistoria feita por um fiscal. Esse alvará é requisito obrigatório para que toda e qualquer empresa do ramo de produção e prestação de serviços na área de alimentação possa iniciar os seus trabalhos.

Siga as dicas e tenha uma maravilhosa formatura!




Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (com adaptações).

Voltar à faculdade é o desafio de quem já esteve lá

Ele é impiedoso e não se pode lutar contra isso. Pelo menos ele não faz distinção e passa para todo mundo. O tempo muda as pessoas. Mudam as perspectivas, os pontos de vista e a forma de realizar algumas coisas. E é óbvio que passar novamente pela experiência universitária anos depois da primeira vez é uma situação diferente. Talvez a massa mais jovem, que geralmente predomina nas classes universitárias, nem imagine o que os alunos que retornam precisam fazer para enfrentar novamente essa jornada. O pacote de esforços inclui vencer medos, lidar com a falta de tempo e paciência para algumas rotinas que já não fazem muito sentido, além, em alguns casos, da exclusão que o grupo mais jovem impõe, por vezes de maneira involuntária, outras por preconceito de se relacionar com os mais velhos.

Michelle Calliari, de 27 anos, passou pela experiência de voltar a estudar numa Instituição de Ensino Superior depois de alguns anos de sua primeira formatura. Ela começou, aos 22 anos, o curso de Ciência da Computação na cidade de Florianópolis, onde mora. Porém, trancou a matrícula e decidiu direcionar seu aprendizado para um curso mais voltado à web. Assim, mudou-se para São Paulo em busca desse curso. Encontrou o que procurava: Criação e Desenvolvimento de Websites, que fez na Universidade Anhembi Morumbi. Pouco antes do fim, Michelle retornou para a capital catarinense e fechou a primeira graduação na modalidade a distância.

Depois disso, ela quis retomar o curso que havia interrompido anos antes. Foi aí que ela teve de encarar o retorno à faculdade. Michelle admite que já não tem a mesma paciência para algumas coisas, como teve antes. "Falta paciência sim. Antes só tinha de estudar, não tinha trabalho, não tinha de pagar contas", diz ela que também revelou certo desconforto com algumas matérias do curso. "Já tenho certo conhecimento da coisa e tem algumas matérias que poderia eliminar, mas não pude. É uma perda de tempo. Você não aprende nada de novo e é obrigado a cursar". No caso de Michelle, a diferença de idade em relação aos outros alunos não é muito grande e, por isso, ela não reclama tanto da falta de interação com os colegas de sala, mas confessa que se dispersa mais facilmente agora do que no primeiro curso que fez. "Às vezes, estou cansada do trabalho e me disperso mais. No primeiro curso tudo era novidade, então prestava mais atenção. Também não trabalhava naquela época", afirma a estudante.

Mas no que diz respeito às distrações em sala da aula, há quem garanta que na volta aos estudos, depois de um tempo desde a primeira vez na universidade, a concentração melhorou. É o caso da funcionária pública Adriana Coelho Sobierajski, de 42 anos. A primeira experiência universitária aconteceu quando ela tinha 19 anos e cursava a faculdade de jornalismo na UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Só que Adriana precisou abrir mão do curso por causa do nascimento do primeiro filho dela. Ela logo retornaria, mas novamente abandonaria a faculdade em função do nascimento de mais um filho. Finalmente, em 1998, 14 anos depois do abandono, Adriana resolveu voltar e entrou com pedido de retorno. Em princípio a solicitação foi negada, mas seis meses depois ela recebeu o aval da universidade e estava novamente, os 33 anos, numa sala de aula.

O choque de gerações foi o primeiro obstáculo a vencer. "Em 1984, eram todos da minha idade. Na volta não, tinha 33 anos e a média da classe era de 18 anos. Foi complicado, houve várias barreiras que tive de quebrar. Vamos dizer que houve uma certa exclusão por parte dos demais. Não era convidada para compor grupos dos trabalhos. Isso durou mais ou menos um ano", conta Adriana. "Acho que foi um preconceito deles por ser mais velha. Tem a ver com um pré-julgamento deles, que deviam imaginar que por ser mais velha não saberia conversar com eles, era o que eu sentia. Havia situações em que fazia uma pergunta para um colega e ele não respondia, fazia que não tinha ouvido", lembra.

Adriana usou sua atitude para mostrar aos colegas que podia fazer parte do grupo. "Procurei fazer parte das discussões em sala de aula, mostrei a eles que era competente, que era capaz tanto quanto eles. Acho que eles olhavam para mim e personificavam uma tia e isso foi uma barreira no relacionamento entre nós", acredita Adriana, que afirma que o trabalho e o cuidado com os filhos a impediam de participar de eventos sociais com os colegas, como ida a bares e festas. "Mas nem era convidada. Ficava triste porque queria mostrar que podia me relacionar com eles", destaca.

Da mesma forma que Michelle, Adriana também não tinha paciência para algumas rotinas da faculdade. Ela conta que alguns trabalhos aplicados pelos professores a deixavam entediada. "Parte daquilo não fazia mais sentido para mim, até em função de minhas expectativas para o futuro". Ela só discorda do relato dado por Michelle na questão da distração em sala de aula. Para Adriana o retorno proporcionou um aprendizado mais eficiente. "Já que saí de casa, peguei dois ônibus, deixei meus filhos, tinha de aproveitar ao máximo. Não tinha vergonha de perguntar. Você repara que os mais jovens, às vezes, têm vergonha de perguntar alguma coisa que não entenderam, mas eu perguntava. Você se dispõe a aprender tudo", declarou. Adriana acha que o saldo do retorno foi positivo por poder aprender mais e adquirir mais conhecimento. Ela só lamenta não ter podido conviver mais com os colegas depois das aulas. "Podia ter quebrado aquela barreira antes se tivesse participado mais das festas".

Lúcia Terra Lousada Santos, de 54 anos, concorda que se concentra mais do que antes e aproveita melhor os estudos agora. Atualmente no quarto ano do curso de Direito na Unip, Lúcia se formou em 1976 em Pedagogia, quando tinha 22 anos, na cidade do Rio de Janeiro. Quando chegou a cidade de Araçatuba, no interior de São Paulo, não encontrou muitas oportunidades de trabalho por isso resolveu voltar a estudar e escolheu uma área em que não dependeria de outras pessoas para ter trabalho. "Hoje estou mais centrada, já não desvio tanto a atenção como quando era jovem. Eles se dispersam com mensagem de celular, colega que chama... Eu me concentro mais, presto mais atenção, a idade ajuda", acredita Lúcia.

A pedagoga e futura advogada disse não ter tido grandes problemas no contato com os mais jovens. "Não acho complicado lidar com os jovens. Não houve preconceito nem de minha parte e nem da parte deles. Admito que no primeiro dia fiquei meio insegura, não sabia como seria recebida, mas ninguém ficou me perguntando coisas, me viram como colega mesmo", opina Lúcia. Mas é claro que a diferença de maturidade entre ela e os demais cria certa intolerância em Lúcia em relação a algumas coisas. "Tem muito jovem que não sabe bem o que estudar e escolhe Direito. Então tem muita conversa, falta de interesse por parte de alguns, celular que toca, professor tem de chamar atenção. Isso me incomoda, a falta de maturidade", queixa-se Lúcia. Ela observou ainda que a idade pode atrapalhar na conquista de uma vaga de estágio. Mas no geral, Lúcia achou positiva sua volta aos bancos universitários. "O mais legal é adquirir conhecimento e também conhecer pessoas novas".

Visão do professor

A presença de um aluno mais velho na turma não gera impacto apenas entre os estudantes. Os professores também sentem os efeitos. A fisioterapeuta, Elisângela Weigel Schappo, 26 anos, mestre em Ciências e professora do curso de Fisioterapia da Faculdade Estácio de Sá de Santa Catarina já lidou com a situação e avalia: "é um pouco complicado ao mesmo tempo que parece fácil, para quem vê de fora". Segundo Elisângela, aqueles que retornam à faculdade com mais experiência de vida e mais idade trazem consigo alguns vícios. "Geralmente, eles já possuem alguns vícios de trabalho provindos das experiências anteriores e se o sujeito não está nem um pouco afim de 'zerar' essas informações e ficar disposto a ouvir, não tem jeito, as aulas acabam ficando enfadonhas. Outro problema que percebo dos colegas professores é o comportamento de disputa, ouço aqueles comentários: 'quem você pensa que é? Acha que sabe mais do que eu?'", revela ela.

Além disso, Elisângela diz que o fato de ser mais jovem do que alguns desses alunos é mais um fator nessa equação que envolve as relações em sala de aula. "Nesses casos sou colocada a prova por eles. Sempre tento fazer com que ele contribua com o que viveu", afirma ela, que completa a raciocínio ao admitir que esses alunos podem se tornar "alunos aliados", que enriquecem a aula. "Da experiência que tive, percebo que inevitavelmente somos e sempre seremos mestres um do outro. Todo mundo aprende um pouco com o outro e é isso que tento repassar. Até porque, vejo que a experiência se adquire com o que se assimila da vivência com as pessoas e não pelo número de aniversários feitos", finaliza a professora.


Fonte: UNIVERSIA-BRASIL