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sexta-feira, dezembro 03, 2010

Mulheres desempenham papel muito relevante no desenvolvimento da energia nuclear

Dentre as revoluções científicas e tecnológicas mais significativas da história, em nenhuma delas as mulheres desempenharam papel tão relevante como no desenvolvimento da energia nuclear. Poucos sabem, mas por trás das descobertas mais importantes, como a comprovação dos primeiros elementos radioativos e da fissão nuclear, estão cientistas mulheres. Hoje, os estudos nucleares continuam a interessá-las.

Fabiana sente fascínio porque a energia nuclear junta física, química e biologia Foto: Lais Telles/Esp DP/D.A press
Elas não são maioria entre os pesquisadores da área. Mas seguem com o objetivo de fazer a diferença na sociedade, a partir do que descobrem nas ciências nucleares.

Fala-se que a radioatividade foi descoberta pelo físico francês Henri Becquerel em 1896. No entanto, somente dois anos depois, em 1898, o fenômeno da radioatividade foi percebido como algo totalmente novo, graças às pesquisas de Marie Curie, polaca que descobriu os primeiros elementos radioativos. Foi a partir do seu trabalho que a física nuclear começou a se desenvolver de fato.





Eliane Valentim diz que a energia nuclear está sendo usada para salvar vidas Foto: Lais Telles/Esp DP/D.A press
Essas e outras histórias foram reunidas pelo americano Jonathan Tennenbaum, no livro Energia nuclear: uma tecnologia feminina (foi publicado no Brasil em 2007, pela editora Capax Dei). ´Depois de Marie Curie, várias mulheres se inspiraram a se tornar cientistas`, afirma Tennenbaum. A começar pela filha de Marie, Irene Curie, que também se tornou uma premiada pesquisadora a partir dos estudos na área nuclear. Tennenbaum ainda cita a alemã Ida Noddack, a primeira a sugerir a ideia de fissão nuclear e a austríaca Lise Meitner, que comprovou a fissão. Dizem que Meitner foi a mulher que deixou a Alemanha com a ´bomba na bolsa`. Por ser judia, ela precisou fugir da Áustria, após a anexação à Alemanha em 1938, no ano da descoberta da fissão.



Viviane Bornann diz que descobertas estimulam interesse das mulheres Foto: Lais Telles/Esp DP/D.A press
´No começo do século 19, a área mais interessante da física era a radioatividade. A mulher que pensava em mexer com ciência era atraída para essa área`, defende Jonathan Tennenbaum. Um século depois, o segmento continua a atrair as mulheres, embora elas sejam minoria. No Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN/NE, em Recife), na Cidade Universitária, elas são quatro doutoras, dentro um universo de 17 pesquisadores.

Para Viviane Bornann, 42 anos, o que estimulou o interesse dessas mulheres precursoras dos estudos nucleares se mantém até hoje. ´A descoberta de coisas novas. Os elementos da radioatividade muitas vezes nos surpreendem`, comenta ela. ´A radioatividade está em todo lugar. Quando se fala em nuclear, pensam logo em bomba ou em contaminação. Mas a ciência nuclear está sendo usada para salvar vidas e identificar poluição no meio ambiente`, conta Eliane Valentim, 42 anos.



Mércia Oliveira defende utilidade prática das pesquisas para a sociedade Foto: Lais Telles/Esp DP/D.A press
´É essa aplicabilidade imediata que me atraiu na ciência nuclear. Todo o conhecimento que a gente gera nas nossas pesquisas tem utilidade prática e ajuda a sociedade`, defende Mércia de Oliveira, 32 anos. Dizem que as mulheres são capazes de desempenhar diversas atividades ao mesmo tempo. Talvez, por isso, o fato da ciência nuclear ser multidisciplinar seja um atrativo para elas. ´Você consegue juntar física, química, biologia. Isso me fascina`, afirma Fabiana Guimarães, 39 anos. 






Fonte: Diário de Pernambuco.com.br (com adaptações).

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