O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil fecharam por quase três horas o
acesso a uma quadra da área econômica do setor Sudoeste, em Brasília,
após um morador encontrar uma embalagem com um selo da Comissão Nacional
de Energia Nuclear (CNEN) jogada no lixo. A área foi isolada por
orientação da CNEN até a chegada de um técnico do órgão no local.
A embalagem descreve o produto como sendo iodeto de sódio 131. Segundo
informações na página da CNEN, o iodeto de sódio é um produto radioativo
usado na medicina no diagnóstico de doenças da glândula tireoide. Por
ter uma validade média de oito dias, o produto tem sido substituído em
exames pelo iodo 123 ultrapuro, cuja radioatividade dura 13,2 horas.
O técnico da CNEN Adriano de Souza afirmou que a embalagem encontrada
estava vazia e com prazo de validade vencido – o selo era de 2008.
Apesar disso, Souza disse que se houvesse iodeto e a substância
estivesse dentro da validade, o produto poderia provocar queimaduras e
até câncer em quem o manuseasse.
A embalagem foi recolhida e levada para perícia. Segundo o técnico da
CNEN, é possível rastrear a origem do produto a partir do selo. "Vamos
fazer isso o mais rapidamente possível", afirmou.
Lembrança do césio 137
Segundo o major dos Bombeiros Hélio Guimarães Pereira, a notificação
sobre o descarte da embalagem foi feita por um morador nesta manhã. Na
tarde do dia anterior, o porteiro Francisco Aquino, que trabalha na
quadra, chegou a manusear a embalagem. Um exame feito no porteiro com um
contador Geiger descartou a contaminação.
O porteiro Fransico Aquino disse ter ficado aliviado com o resutado. "As pessoas ficaram falando do césio de Goiânia", disse.
O selo da CNEN levantou o medo de que a radiação do produto pudesse
causar danos à saúde, como no caso da cápsula de césio 137 encontrada
por catadores de lixo em Goiânia, em 1987, e que se transformou no maior
acidente nuclear radioativo brasileiro.
A moradora Millene Francine, que já trabalhou com descarte de produtos tóxicos, disse que buscou informações sobre o produto encontrado tão logo ele foi identificado. “Procurei logo me informar que tipo de produto era para ver se era perigoso”, disse.
A advogada Jussara Costa Melo, que mora na quadra que foi interditada, disse ter ficado menos preocupada quando viu a rapidez dos bombeiros em isolar a área. Ela chegou a ser impedida pelos bombeiros de caminhar quando desceu de seu prédio para se exercitar.
A moradora Millene Francine, que já trabalhou com descarte de produtos tóxicos, disse que buscou informações sobre o produto encontrado tão logo ele foi identificado. “Procurei logo me informar que tipo de produto era para ver se era perigoso”, disse.
A advogada Jussara Costa Melo, que mora na quadra que foi interditada, disse ter ficado menos preocupada quando viu a rapidez dos bombeiros em isolar a área. Ela chegou a ser impedida pelos bombeiros de caminhar quando desceu de seu prédio para se exercitar.
O acidente com o Césio 137 ocorreu em 1987. O material radioativo
estava em um equipamento médico abandonado em um hospital desativado da
cidade. Depois de retirado da máquina, o césio 137 foi vendido para o
dono de um ferro-velho. Várias pessoas que tiveram contato com o produto
morreram.
Os donos do instituto de radiologia onde estava o equipamento foram condenados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O material contaminado – mais de 1,6 mil toneladas de entulhos, terra e roupas – foi transferido para um depósito especial em Abadia de Goiás.
Os donos do instituto de radiologia onde estava o equipamento foram condenados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar). O material contaminado – mais de 1,6 mil toneladas de entulhos, terra e roupas – foi transferido para um depósito especial em Abadia de Goiás.
Fonte: G1
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