É o mais brilhante do planeta (mil milhões de vezes o Sol) e atravessa um metro e meio de cimento
Simulação de um acelerador laser-plasma |
Imagine uma lanterna capaz de iluminar o que está por detrás de 20 centímetros de chumbo ou de uma parede de cimento com um metro e meio de espessura. Será uma forma simplista de explicar o que conseguiram criar os investigadores da equipe do Instituto de Plasmas e Fusão Nuclear (IPFN) do Instituto Superior Técnico de Lisboa em colaboração com colegas da Universidade de Strathclyde no Reino Unido, mas permite começar a ter uma ideia. O ano passado, numa experiência inédita num acelerador laser-plasma escocês, conseguiram criar o feixe de raios gama (a radiação que se segue aos raios X em termos de energia) mais brilhante do planeta.
Numa fração de bilionésimo de segundo, explicou o investigador João Mendanha Dias, conseguiu-se um brilho mil milhões de vezes superior ao do Sol. Embora neste momento seja ainda uma prova de conceito, este tipo de tecnologia - mais portátil que a hoje usada para produzir as fontes radioativas utilizadas em radiologia e radioterapia - poderá ampliar o poder das ferramentas usadas em medicina.
Os resultados da experiência em Glasgow foram publicados em Setembro na revista "Nature Physics". Além de abrir portas na medicina, uma tecnologia com esta poderá permitir criar novas ferramentas de análise industrial ou segurança. A técnica de obter radiação por oscilação dos elétrons, e não nos tradicionais aceleradores, tem vindo a ser estudada pela equipe do IST e agora começa a revelar-se eficaz. As aplicações futuras vão depender de mais estudos e investimento.
Fonte: IOnline (com adaptações)
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