Sem recorrer a ferramentas intrusivas, cientistas usaram raios-x e
exames de tomografia computadorizada para revelar novas informações
sobre uma múmia egípcia de 2 mil anos.
"É possível obter uma grande quantidade de informações com o
uso de imagens médicas, sem danificar artefatos de valor incalculável,
diferentemente dos estudos da década de 1960, quando se abriam as
múmias", disse Sarah U. Wisseman, especialista em múmias da Universidade
de Illinois em Urbana-Champaign, que lidera a pesquisa juntamente com
um patologista, um radiologista e um antropólogo físico.
A múmia era de uma criança que viveu no período greco-romano da
história egípcia, entre 332 a.C. e 395 d.C. Wisseman e seus colegas
escanearam a múmia em 1990 _ descrevendo-a em seu livro "The Virtual
Mummy" (Illinois, 2003) _ e novamente este ano, já que a tecnologia se
aperfeiçoou nos últimos anos.
O crânio da criança estava rachado. Embora já se soubesse
disso pelos exames antigos, novas imagens revelam que a rachadura é
muito pior do que se pensava. "Há uma pedaço extra de osso empurrado
para dentro da cavidade craniana", afirmou Wisseman. "Ainda não sabemos o
que ocorreu antes ou depois da morte".
As novas imagens também mostram que provavelmente havia uma
mecha de cabelo de um lado da cabeça _ algo visto em retratos romanos
daquela época. A mecha era um sinal de status, indicando que a criança
era de uma família abastada. Sustentando essa hipótese, os tecidos que
envolvem a múmia contêm elementos dourados e pigmento vermelho importado
da Espanha.
O sexo da criança ainda é um mistério. A pélvis está danificada e as mãos cobrem a região genital.
Wisseman apresentou as descobertas nesta semana num simpósio sobre múmias na universidade.
Fonte: INFO exame
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