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quarta-feira, setembro 22, 2010

Personalidades da radiação


 Por Mariana Duarte 


Antoine Henri Becquerel

Foi um físico francês. Estudou na École Polytechnique e era "engenheiro de pontes e calçadas". Ensinou Física na École Polytechnique e no Museu Nacional de História Natural. Continuou os trabalhos do seu pai e do seu avô, descobrindo em 1896 a radioatividade dos sais de urânio. Esta importante descoberta valeu-lhe a atribuição do Nobel de Física em 1903, juntamente com o casal Pierre Curie e Marie Curie. Foi membro da Academia das Ciências Francesa. Seu pai, Alexandre Becquerel, estudou a luz e a fosforescência, inventando a fosforoscopia. Seu avô, Antoine César Becquerel, foi um dos fundadores da eletroquímica.

No ano de 1895 Antoine Becquerel descobriu acidentalmente uma nova propriedade da matéria que, posteriormente, denominou de radioatividade. Ao colocar sais de urânio sobre uma placa fotográfica em local escuro, verificou que a placa enegrecia. Os sais de urânio emitiam uma radiação capaz de atravessar papéis negros e outras substâncias opacas a luz. Estes raios foram denominados, a princípio, de Raios B em sua homenagem. Além disso realizou pesquisas sobre fosforescência, espectroscopia e absorção da luz.
Entre suas obras destacam-se:
  • Investigação sobre a fosforescência (1882-1897)
  • Descobrimento da radiação invisível emitida pelo urânio (1896-1897).

Marie Curie

Foi uma cientista polaca que exerceu a sua acividade profissional na França. Foi a primeira pessoa a ser laureada duas vezes com um Prêmio Nobel de Física, em 1903 (dividido com seu marido, Pierre Curie e Becquerel) pelas suas descobertas no campo da radioatividade (que naquela altura era ainda um fenômeno pouco conhecido) e com o Nobel de Química de 1911 pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. Foi uma diretora de laboratório reconhecida pela sua competência e a primeira pessoa a receber dois Prêmios Nobel em campos diferentes. A única outra pessoa, até hoje, foi Linus Pauling. No entanto, Marie Curie foi a única pessoa a receber dois prêmios Nobel em áreas científicas.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Curie propôs o uso da radiografia móvel para o tratamento de soldados feridos. Nos seus últimos anos foi assediada por muitos físicos e produtores de cosméticos, que usavam material radioativo sem precauções. Visitou também o Brasil, atraída pela fama das águas radioativas de Lindoia. Fundou o Instituto do Rádio, em Paris. Marie Curie morreu perto de Salanches, França, em 1934 de leucemia, devido, seguramente, à exposição maciça a radiações durante o seu trabalho. Sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie, recebeu o Nobel de Química de 1935, ano seguinte da morte de Marie. O seu livro "Radioactivité" (escrito ao longo de vários anos), publicado a título póstumo, é considerado um dos documentos fundadores dos estudos relacionados com a Radioatividade Clássica.

A sua filha, Éve Curie, escreveu a mais famosa das biografias da cientista, que foi amplamente traduzida em vários idiomas. Em Portugal, é editada pela editora "Livros do Brasil". Esta obra deu origem ao argumento de um filme de 1943: "Madame Curie", realizado por Mervyn LeRoy e com Greer Garson no papel de Marie. Foram também feitos dois telefilmes sobre a sua vida: "Marie Curie: More Than Meets the Eye" (1997) e "Marie Curie - Une certaine jeune fille" (1965), além de uma minissérie francesa, "Marie Curie, une femme honorable" (1991). O elemento 96 da tabela periódica, o Cúrio, símbolo Cm foi batizado em honra ao Casal Curie.

Pierre Curie

Foi um físico francês, pioneiro no estudo da cristalografia, magnetismo, piezoeletricidade e radioatividade. Recebeu o Nobel de Física de 1903, juntamente com a sua mulher Marie Curie, outra famosa física: "em reconhecimento pelos extraordinários serviços que ambos prestaram através da suas pesquisas conjuntas sobre os fenômenos da radiação descobertos pelo professor Henri Becquerel". Pierre foi um dos fundadores da física moderna. Pierre não frequentou a escola primária nem a ginasial, foi educado em casa pelo seu pai, e nos primeiros anos da sua adolescência revelou uma forte aptidão para a matemática e a geometria. Aos 16 anos bacharelou-se em ciências e aos 18 anos já tinha obtido o equivalente a um grau superior, mas não seguiu imediatamente para o doutoramento por falta de dinheiro. Em vez disso, trabalhou como instrutor de laboratório.

Em 1880, Pierre e o seu irmão mais velho Jacques demonstraram que se gerava um potencial elétrico quando se comprimiam cristais, a piezoeletricidade, e esse comportamento foi utilizado mais tarde em toca disco e alto-falante. Pouco depois, em 1881, eles demonstraram a existência do efeito inverso: que os cristais podiam ser deformados quando submetidos a um campo elétrico. Quase todos os atuais circuitos eletrônicos digitais recorrem a este fenômeno. Pierre Curie enunciou em 1894  o "Princípio universal de simetria": As simetrias presentes nas causas de um fenômeno físico também são encontradas nas suas consequências.

Pierre trabalhou com a sua mulher Marie Curie no isolamento do polônio e do rádio. Eles foram os primeiros a usar o termo 'radioatividade', e foram pioneiros no seu estudo. No seu trabalho, incluindo o conhecido trabalho de doutoramento de Marie, usaram um eletrômetro piezoelétrico de precisão construído por Pierre e pelo seu irmão Jacques. Pierre Curie e um estudante seu foram os primeiros a descobrir a energia nuclear, ao identificarem a emissão contínua de calor das partículas do rádio. Ele também investigou as emissões de radiação das substâncias radioativas, e conseguiu demonstrar, com o recurso a campos magnéticos, que as emissões apresentavam carga positiva, negativa ou eram neutras. Essas emissões correspondem às partículas alfa, beta e radiações gama. 

Pierre morreu em 19 de Abril de 1906, ao sair de um almoço na Associação de Professores da Faculdade de Ciências, em resultado de um acidente de viação quando atravessava a Rue Dauphine em Paris  durante uma tempestade. A sua cabeça foi esmagada pela roda de uma carruagem, escapando a uma provável morte por envenenemento por radiações como a que veio a matar a sua mulher. Os restos mortais de Pierre e Marie foram depositados na cripta do Pantheon de Paris em Abril de 1995.

O curie (Ci) é uma unidade de radioatividade correspondente a 3.7 x 1010 desintegrações por segundo. O nome da unidade foi originalmente atribuído, em homenagem a Pierre Curie, pelo Congresso de Radiologia de 1910. 

Ernest Rutherford

Foi um físico e químico neozelandês que se tornou conhecido como o pai da física nuclear. Num trabalho no início da carreira, descobriu o conceito de meia-vida radioativa, provou que a radioatividade causa a transmutação de um elemento químico em outro, e também distinguiu e nomeou as radiações alfa e beta. Foi premiado com o Nobel de Química em 1908 "por suas investigações sobre a desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas". Rutherford realizou sua obra mais famosa após ter recebido esse prêmio. 

Em 1911, ele defendeu que os átomos têm sua carga positiva concentrada em um pequeno núcleo, e, desse modo, criou o modelo atômico de Rutherford, ou modelo planetário do átomo, através de sua descoberta e interpretação da dispersão de Rutherford em seu experimento da folha de ouro. A ele é amplamente creditada a primeira divisão do átomo, em 1917, liderando a primeira experiência de "dividir o núcleo" de uma forma controlada por dois alunos sob sua direção, John Cockcroft e Ernest Walton em 1932. 

Ernest recebeu a sua educação em escolas públicas. Aos 16 anos entrou em Nelson Collegiate School. Graduou-se em 1893 em Matemática e Ciências Físicas na Universidade da Nova Zelândia. Em 1898 ele partiu para o Canadá, para assumir o posto. No mesmo ano, foi nomeado professor de Física da Universidade de McGill, em Montreal, e em 1907 na Universidade de Vitória, Manchester. Apesar de ser um físico, recebeu o Nobel de Química de 1908, por suas investigações sobre a desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas. De volta a Cambridge em 1919, Rutherford percebeu que a carga positiva de um átomo está concentrada no centro, num minúsculo e denso núcleo, introduzindo o conceito de núcleo atômico. Desenvolve, então, a moderna concepção do átomo como um núcleo em torno do qual elétrons  giram em órbitas circulares. A liderança e o trabalho de Rutherford inspiraram duas gerações de cientistas. Baseado na concepção de Rutherford, o físico dinamarquês Niels Bohr idealizaria mais tarde um novo modelo atômico.
 

Em 1919, realiza a primeira transmutação induzida, também conhecida como reação nuclear: converte um núcleo de azoto em oxigênio, por bombardeamento com partículas alfa. As suas experiências conduzem à descoberta dos meios de obtenção de energia nuclear. Tais fatos levaram a que Rutherford fosse considerado como o fundador da Física Nuclear. Rutherford dirigiu o Laboratório Cavendish desde 1919 até à sua morte. Ele recebeu a Order of Merit em 1925 e em 1931 foi condecorado Baron Rutherford de Nelson, Cambridge, um título que foi extinto depois da sua inesperada morte, enquanto aguardava uma cirurgia de hérnia umbilical. Após tornar-se um Lord, ele só poderia ser operado por um médico também nobre (uma exigência do protocolo britânico) e essa demora custou-lhe a vida. 

Gerhard Carl Schmidt


Foi um químico alemão. Schmidt nasceu em Londres, de pais alemães e estudou química. Recebeu seu PhD para trabalhar com Georg Wilhelm August Kahlbaum em 1890. Em 1898, dois meses antes de Marie Curie, Schmidt descobriu que o tório é radioativo. Schmidt morreu de um derrame em Münster em 1949. 

André-Louis Debierne

Foi um químico francês que descobriu o elemento químico actínio, em 1899. Foi aluno de Charles Friedel, e amigo de Pierre e Marie Curie, com quem partilhou o seu trabalho. Em 1899, descobre o elemento radioativo actínio, como resultado da pesquisa sobre o pechblenda, que os Curie iniciaram. Após a morte de Pierre Curie, em 1906, Debierne continua o seu trabalho com Marie Curie, tanto no ensino como na investigação. 

Em 1910, Debierne e Marie Curie prepararam o elemento rádio, em forma metálica, em quantidades visíveis. No entanto, não o mantiveram em estado metálico. Após terem demonstrado este estado, como uma curiosidade científica, transformaram-no em compostos que lhes permitiria continuar as suas investigações. Ambos isolaram o rádio em metal puro.

Otto Hahn

Foi um químico alemão. Estudou química em Marburg e Munique. Após obter o doutoramento em 1901, trabalhou na Universidade de Marburg, posteriormente em Londres, Montreal e em Berlim. Junto com Lise Meitner e Otto von Baeyer desenvolveu a técnica de medir o decaimento beta do espectro dos isótopos radiativos, cujo feito lhe assegurou o posto de professor no recém-fundado Kaiser-Wilhelm-Instituto de Química de Berlim, em 1912. 

Em 1918, juntamente com Meitner, descobriu o elemento protactínio. Quando Meitner fugiu da Alemanha nazista em 1938, continuou seu trabalho com Fritz Straßmann na elucidação dos produtos resultantes do bombardeamento do urânio com neutrons térmicos. Comunicou os resultados obtidos a Meitner que, com a colaboração do seu sobrinho Otto Robert Frisch, interpretou corretamente as evidências para o desenvolvimento da fissão nuclear. Uma vez que a idéia da fissão foi aceita, Hahn continuou suas experiências demonstrando a enorme quantidade de energia que a fissão nuclear com neutrons produz, útil para a fabricação de armas nucleares. 

Durante a Segunda Guerra Mundial Hahn foi um participante do programa alemão para o desenvolvimento de uma arma nuclear sob a liderança de Werner Heisenberg. Durante a guerra, Hahn foi laureado com o Nobel de Química de 1944. No pós-guerra Hahn tornou-se um combatente popular contra a utilização das armas nucleares. Juntamente com Fritz Straßmann e Lise Meitner, Hahn foi o descobridor da fissão nuclear, processo radioativo responsável para a fabricação de bombas atômicas e usinas nucleares para a geração de energia termo-elétrica. 

Em épocas diferentes, propostas surgiram para nomear os elementos 105 e 108 de Hahnium em sua homenagem, porém nenhuma proposta foi aprovada. O primeiro navio mercante de propulsão nuclear recebeu o nome de NS Otto Hahn em sua homenagem.

James Chadwick

Foi um físico britânico, colaborador de Ernest Rutherford. Seu principal contributo para a ciência foi a prova da existência do nêutron. Por esta descoberta, foi-lhe atribuído o Nobel de Física em 1935. Chadwick tornou-se professor de Física na universidade de Liverpool em 1935 e, durante a Segunda Guerra Mundial, integrou o Projeto Manhattan nos Estados Unidos, desenvolvendo as bombas atômicas lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.

Ingressou na Manchester University em 1908 para estudar Física e aí colaborou com Ernest Rutherford no estudo da emissão de raios gama. Em 1913, foi para Universidade Técnica de Berlim, onde trabalhou com o físico alemão Hans Geiger, inventor do contador de radiação com o mesmo nome. Após a guerra, regressou ao Reino Unido e tornou-se professor do Gonville and Caius College, onde retomou as suas investigações no campo da campo da radioatividade. No Laboratório Cavendish, em Cambridge, colaborou com Rutherford (que tinha observado experimentalmente a primeira reação nuclear em 1919) e com ele produziu a desintegração artificial de diversos elementos, utilizando o bombardeamento com partículas alfa. 

Jean Frédéric Joliot-Curie

Foi um físico francês. Casou com Irène Joliot-Curie, cujo apelido de solteira, Curie, já era famoso, devido a seus pais, Pierre Curie e Marie Curie. Trabalhou toda a sua vida com sua mulher no campo da física nuclear e da estrutura do átomo. Juntos demonstraram a existência do nêutron e descobriram a radioatividade artificial em 1934, o que lhes valeu o Nobel de Química de 1935.
Onze anos mais tarde, foi nomeado alto comissário para a energia atômica , e através deste cargo dirigiu a construção da primeira usina atômica, em 1948. Recebeu o Prêmio Lênin da Paz, em 1950.



Irène Joliot-Curie

Foi uma física francesa. Filha de Pierre Curie e Marie Curie, mulher de Frédéric Joliot, todos físicos e químicos famosos. Trabalhou toda a sua vida com com seu marido, no campo da estrutura do átomo e da física nuclear. Demonstraram a existência do nêutron, e descobriram em 1934 a radioatividade artificial, o que lhes valeu o Nobel de Química de 1935. 
Obteve no ano seguinte o posto de subsecretária de estado para a Investigação Científica, na França.





Frederick Soddy

Foi um químico inglês. Estudou no Colégio Universitário do País de Gales e no Colégio Merton da Universidade de Oxford. Trabalhou como pesquisador em Oxford de 1898 a 1900. Entre 1900 e 1902 ensinou química na Universidade McGill de Montreal, onde trabalhou com Ernest Rutherford em radioatividade. Rutherford e ele se deram conta de que o comportamento anômalo dos elementos radiativos era devido ao fato de que se transformavam em outros elementos, e que produzem radiações alfa, beta e gama. Em 1903, com Sir William Ramsay, Soddy verificou que a desintegração do rádio produzia hélio.

Desde 1904 a 1914, foi professor na Universidade de Glasgow e foi nesta instituição que demonstrou que o urânio se transformava em rádio. Foi ali também onde demonstrou que os elementos radiativos podem possuir mais de um peso atômico, apesar de possuírem propriedades químicas idênticas: isto o levou ao conceito de isótopos. Soddy demonstrou mais tarde que também os elementos não radiativos podem apresentar múltiplos isótopos. Demonstrou também que num átomo diminui o peso atômico quando emite partículas alfa e aumenta o peso atômico quando emite raios beta. Este foi um passo importante para o conhecimento da relação entre as famílias de elementos radiativos.

Estas investigações permitiram a descoberta do elemento radiativo chamado protactínio, trabalho realizado independentemente por Soddy na Inglaterra e Otto Hahn e Lise Meitner na Alemanha. De 1914 a 1919 foi professor na Universidade de Aberdeen, onde realizou pesquisas relacionadas com a I Guerra Mundial. Em 1919 se transferiu-se para a Universidade de Oxford, onde permaneceu até 1936, desempenhando a cátedra Lee de química e reorganizou o laboratório. Recebeu o Nobel de Química de 1921, por suas notáveis contribuições para o conhecimento das substâncias radioativas. Se interessou também pela tecnocracia e os movimentos sociais, que refletiu no seu livro "Money versus Man" (1933 ). Escreveu também "The Interpretation of Radium" (1922), "The Story of Atomic Energy" (1949) e "Atomic Transmutation" (1953).

Kasimir Fajans  

Foi um químico e físico polonês. Foi professor nas universidades técnicas de Karlsruhe e Munique, onde iniciou suas pesquisas em 1917. Em 1935 emigrou para os Estados Unidos, onde foi professor na Universidade de Michigan, nacionalizando-se como cidadão norte-americano. Realizou importantes pesquisas sobre radioatividade e isotopia, e desenvolveu a "teoria quântica da estrutura eletrônica molecular". 

Em 1913 descobriu as leis que regulam as desintegrações radioativas, ao mesmo tempo que o britânico Frederick Soddy. Atualmente as leis que regem as desintegrações radiotivas são conhecidas como "leis de Soddy-Fajans". Elaborou as regras da ligação química que leva seu nome, além de descobrir um novo elemento químico, o protactínio.

Wilhelm Conrad Roentgen

Foi um físico alemão que, em 8 de novembro de 1895, produziu radiação eletromagnética nos comprimentos de onda correspondentes aos atualmente chamados Raios X. Roentgen nasceu em Lennep (hoje parte de Remscheid), na Alemanha, filho de um tecelão. Sua família se mudou para os Países Baixos quando ele tinha três anos. Recebeu sua educação primária no Instituto de Martinus Herman van Doorn. Depois estudou na Escola técnica de Utrecht, de onde foi expulso por supostamente realizar uma caricatura de um de seus professores, ato que negou cometer.
Em 1865, foi reprovado por um dos professores que haviam participado de sua expulsão e não entrou para a Universidade de Utrecht. Depois foi admitido aos estudos na Politécnica de Zurique para estudar Engenharia Mecânica sem ter o título de bacharel. 

Em 1888, transformou-se no físico chefe da Universidade de Würzburg e em 1900 no físico chefe da Universidade de Munique, por petição especial do governo da Baviera. Durante 1895, Roentgen testava equipamento desenvolvido pelos seus colegas: Ivan Pulyui, Hertz, Hittorf, Crookes, Tesla, e Lenard. Curioso sobre se os raios catódicos propagavam-se fora do tubo, o que não era possível de se ver pela intensa luminosidade deles. Convencido que os raios catódicos não saiam do tubo e, portanto, não poderiam estar provocando esse fenômeno, Roentgen especulou que um novo tipo de raio podia ser o responsável. Apesar dos novos raios, eventualmente, passaram a ter o seu nome quando ficaram conhecidos como raios de Roentgen, ele sempre preferiu a designação de raios-X.

A descoberta dos raios-X por Roentgen não foi um acidente, embora incidental, nem ele trabalhava isolado. Com as investigações que ele e os seus colegas estavam a desenvolver, em diversos países, a descoberta era iminente. De fato, ele tinha planejado usar o écran na próxima etapa da investigação e certamente faria a descoberta momentos depois.
Num dado momento, enquanto investigava a capacidade de vários materiais de pararem os raios, Roentgen colocou uma peça de chumbo em posição enquanto ocorria uma descarga. Roentgen viu aí a primeira imagem radiográfica. Em entrevista a um reporter chamado H. J. W. Dam, de uma revista canadense McClure's Magazine, ele descreveu: "Eu estava trabalhando com tubos Crooke cobertos com uma proteção de papelão preto. Um pedaço de papel de platinocyanoide de bário estava sobre o banco. Eu vi passar uma corrente através do tubo e notei uma linha escura peculiar sobre o papel.”
 

Ele publicou três artigos sobre raios-X entre 1895 e 1897, cuja tradução para o português pode ser vista nos links externos. Nenhuma das suas conclusões até agora provaram ser falsas. Atualmente, Roentgen é considerado o pai da Radiologia Diagnóstica.
 

Graças à sua descoberta foi premiado com o primeiro Nobel de Física em 1901. O prêmio foi concedido oficialmente "em reconhecimento dos extraordinários serviços que brindou para a descoberta dos notáveis raios que levam seu nome". Roentgen doou a recompensa monetária à sua universidade, convicto que a ciência deve estar a serviço da humanidade e não do lucro, à semelhança da escola científica alemã da época, e, da mesma forma que Pierre Curie faria vários anos mais tarde, rejeitou registrar qualquer patente relacionada a seu procedimento.

Albert Einstein  

Foi um físico teórico alemão radicado nos Estados Unidos. 100 físicos renomados o elegeram, em 2009, o mais memorável físico de todos os tempos. É conhecido por desenvolver a teoria da relatividade. Recebeu o Nobel de Física de 1921, pela correta explicação do efeito fotoelétrico; no entanto, o prêmio só foi anunciado em 1922. O seu trabalho teórico possibilitou o desenvolvimento da energia atômica, apesar de não prever tal possibilidade.

Em 1905, escreveu quatro artigos fundamentais para a Física Moderna, afirmando-se por esta razão que 1905 foi o "annus mirabilis" para Einstein. No quarto artigo, uma extensão do terceiro, Einstein introduz o conceito de massa inercial. Nele, Einstein deduziu a famosa relação entre a massa e a energia: E = mc2. (Embora Umberto Bartocci, tenha afirmado que a equação teria sido publicada primeiramente em 1903, pelo italiano Olinto De Pretto). Esta equação esteve na base de construção de bombas nucleares. A ideia serviu mais tarde para explicar como é que o Big Bang, uma explosão de energia poderia ter dado origem à matéria.

Einstein passou os últimos quarenta anos de sua vida tentando unificar os campos eletromagnético e o gravitacional numa única teoria que ele chamava de Teoria do Campo Unificado. No entanto não incluía no seu modelo as forças nucleares forte e fraca, que na época, e até 1970, não eram compreendidas como forças separadas. Em 1941 tem início o Projeto Manhattan (o desenvolvimento de uma bomba atômica). 

Pronunciamento oficial do próprio Albert Einstein sobre o referido tema:

"Minha responsabilidade na questão da bomba atômica se limita a uma única intervenção: escrevi uma carta ao Presidente Roosevelt. Eu sabia ser necessária e urgente a organização de experiências de grande envergadura para o estudo e a realização da bomba atômica. E o disse. Conhecia também o risco universal causado pela descoberta da bomba. Mas os sábios alemães se encarniçavam sobre o mesmo problema e tinham todas as chances de resolvê-lo. Assumi portanto minhas responsabilidades. E no entanto sou apaixonadamente um pacifista e minha maneira de ver não é diferente diante da mortandade em tempo de paz. Já que as nações não se resolvem a suprimir a guerra por uma ação conjunta, já que não superam os conflitos por uma arbitragem pacífica e não baseiam seu direito sobre a lei, elas se vêem inexoravelmente obrigadas a preparar a guerra. Participando da corrida geral dos armamentos e não querendo perder, concebem e executam os planos mais detestáveis. Precipitam-se para a guerra. Mas hoje, a guerra se chama o aniquilamento da humanidade. Protestar hoje contra os armamentos não quer dizer nada e não muda nada. Só a supressão definitiva do risco universal da guerra dá sentido e oportunidade à sobrevivência do mundo. Daqui em diante, eis nosso labor cotidiano e nossa inabalável decisão: lutar contra a raiz do mal e não contra os efeitos. O homem aceita lucidamente esta exigência. Que importa que seja acusado de anti-social ou de utópico? Gandhi encarna o maior gênio político de nossa civilização. Definiu o sentido concreto de uma política e soube encontrar em cada homem um inesgotável heroísmo quando descobre um objetivo e um valor para sua ação. A Índia, hoje livre, prova a justeza de seu testemunho. Ora, o poder material, em aparência invencível, do Império Britânico foi submergido por uma vontade inspirada por ideias simples e claras."

Einstein considerava-se um socialista. Não concordava com os regimes totalitários de inspiração socialista. No início, foi a favor da construção da bomba atômica para derrotar Adolf Hitler, mas depois da guerra fez pressão a favor do desarmamento nuclear e de um governo mundial.


Fonte: Wikipédia (com adaptações). 

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