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quinta-feira, dezembro 30, 2010

Sudeste poderá "roubar" usina nuclear da Região Nordeste

A Eletronuclear anunciou ontem que paralisou a busca de possíveis locais para a construção de uma usina nuclear na Região Nordeste e poderá mudar o cronograma de implantação futura destes empreendimentos. O planejamento inicial do governo federal era construir a primeira central termonuclear no nordeste, com duas usinas de mil MW cada, antes de uma nova central na Região Sudeste.

De acordo com o assessor da presidência da Eletronuclear, Leonam Guimarães, em função da alta da demanda do sudeste e da forte presença de contratação de termoelétricas na Região Nordeste, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) poderá mudar a prioridade e alterar o planejamento.

"O plano decenal de energia para 2030 está em revisão para 2035. Existem indícios, identificados pela EPE, de que há inversão das prioridades do setor elétrico, pois muitas usinas térmicas já foram contratadas no nordeste. Ao mesmo tempo, vai surgindo a necessidade de mais energia no sudeste, e até mesmo no sul do País. Assim é possível que a prioridade seja invertida e o sudeste receba sua segunda central antes da primeira do nordeste", afirmou o assessor da Eletronuclear ao DCI.

Ontem, até mesmo o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse que os planos para as centrais termoelétricas poderiam mudar. Ele destacou que há mudanças constantes de cenários e o atual planejamento feito entre 2006 e 2007 prevê a construção de até oito usinas com capacidade para gerar entre 4 mil e 8 mil MW. Desde então, continuou ele, houve modificação na previsão do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o que puxaria a demanda para cima.

Por outro lado, há novos parâmetros de análises para o aumento da oferta de outras fontes, como eólica e a biomassa, que se tornaram mais competitivas, e podem puxar para baixo a necessidade de construção das usinas nucleares.

Angra 3
"É natural que ocorra esta revisão do planejamento no novo governo", resumiu ele.

Guimarães disse que o financiamento para a construção de Angra 3 deverá sair ainda este ano. Essa informação foi corroborada mais tarde pelo diretor de Finanças e Relações com Investidores da Eletrobrás, Armando Casado, que classificou a reunião que teve no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como bastante positiva. Se for aprovado o teto do valor a ser financiado, a liberação do banco de fomento poderá alcançar a cifra de R$ 4,8 bilhões.


Fonte: DCI - Comércio, Indústria e Serviços

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