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quarta-feira, julho 28, 2010

Hospital das Clínicas da USP produzirá radiofármacos

Um convênio entre as iniciativas pública e privada tornou o HC (Hospital das Clínicas da USP) o primeiro hospital público do Estado a produzir radiofármacos, que serão usados em exames e em pesquisas. O projeto, estimado em R$ 17,7 milhões, foi financiado em conjunto com o Hospital Sírio-Libanês e a Secretaria de Estado da Saúde.

O Hospital Sirio Libanês doou um cíclotron, acelerador de partículas que produz os radiofármacos. O principal é o Flúor-18, FDG (fluorodeoxiglucose), elemento radioativo usado como contraste no PET.


O hospital também recebeu um PET/CT, que alia o PET à tomografia computadorizada. "No cíclotron, é possível transformar átomos em elementos radioativos e marcar, com eles, uma substância. O flúor, por exemplo, marca a glicose. Como o tumor precisa de glicose para crescer, é possível enxergá-lo logo no início", diz Carlos Buchpiguel, diretor do Centro de Medicina Nuclear do HC.


O PET pode mudar a conduta nos tratamentos. "Há casos em que o paciente vai ser operado porque se acredita que ele tem tumor só no pulmão, e o PET mostra que não vale a pena porque detecta o câncer em outro local", diz José Soares Jr., presidente da Sociedade Brasileira de Biologia e Medicina Nuclear. Ele calcula que haja cerca de 20 PET/ CTs no país.


A aquisição do cíclotron foi possível devido à flexibilização, em 2006, do monopólio governamental sobre a produção de alguns radiofármacos. Até então, o HC comprava o FDG do Ipen - que possui os únicos dois cíclotrons da cidade. O aparelho custa entre US$ 2 e US$ 3 milhões.


O foco inicial do projeto será na área de oncologia. O FDG será usado no HC, no Sírio Libanês  e no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo Octavio Frias de Oliveira. Novos marcadores também serão pesquisados.


Além de economia de custos, ter um cíclotron no complexo hospitalar permite produzir elementos radioativos de meia-vida curta. "A meia-vida do oxigênio, por exemplo, é de dois minutos. Se a fonte produtora não estiver ao lado do laboratório, inviabiliza", diz Gonzalo Vecina Neto, superintendente corporativo do Sírio.


Uma espécie de "bunker" com cerca de 2 metros de espessura de concreto na parede está sendo construído para abrigar o aparelho. A obra deve ser entregue em outubro.




Fonte: Tecnologia Radiológica (com adaptações)
 

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