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quarta-feira, julho 28, 2010

Perigo de contaminação em Loanda-PR


A preocupação sobre a contaminação ambiental a partir das indústrias de metais sanitários de Loanda, no Paraná, município com 20 mil habitantes, mobilizou uma equipe de pesquisadores de uma autarquia da Universidade de São Paulo (USP).

Em 2007, Luciana da Conceição Pavanelli e Maria Aparecida Faustino Pires, da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), publicaram a dissertação de mestrado
"Diagnóstico Ambiental das Áreas Suscetíveis a Contaminação por Metais no Polo Industrial de Fundição de Loanda, Estado do Paraná".

A pesquisa "mostrou incremento de cobre, zinco, cromo, níquel e chumbo apenas nos pontos adjacentes à indústria e um alto índice de mobilidade de cromo e níquel".

As pesquisadoras concluíram que "o solo da região não requer remediação, porém, ainda existe uma preocupação com o lençol freático". Maria Aparecida, doutora em Química pela USP e pesquisadora do Ipen há 28 anos, diz que algumas indústrias foram visitadas pela equipe durante a elaboração do trabalho.

"Notamos que as empresas maiores tomam os cuidados necessários, mas pode haver problemas em uma ou outra menor, já que o polo industrial é disseminado na região", destaca a orientadora do estudo.

A pesquisadora afirma que as amostra de água colhidas no lençol freático não apontaram problemas, mas ressalta que o perigo de contaminação precisa ser considerado. "Pode ocorrer, caso o aporte de resíduos seja muito grande", explica a doutora.

Para elaborar o estudo, as pesquisadoras chegaram a estudar a direção dos ventos, para verificar como os metais pesados podem ser transportados pelo ar, além do transporte por efluentes líquidos.

"Qualquer processo ambiental causa impactos, mas o que as empresas precisam fazer é usar filtros e adotar procedimentos que possibilitem a liberação do mínimo possível de resíduos no ambiente", comenta Maria Aparecida.  

Denúncia

Uma amostra dos resíduos apontou níveis de cobre 100% acima do limite estabelecido pela Resolução 357/2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

A investigação começou após denúncia de produtores rurais do município, que alegam ter perdido dezenas de cabeças de gado por envenenamento.

Eles alegam que os animais beberam água do Ribeirão Tamandueté, que recebe descargas de resíduos industriais por meio de uma canaleta de concreto, que percorre o pátio de várias indústrias fabricantes de torneiras. 


Fonte: O Diário (com adaptações)

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